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suspeitos de tortura e extorsão

Operação Gênesis cumpre mandados contra agentes

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publicado em 20/07/2021 às 11h08
atualizado em 20/07/2021 às 12h49
Foto: MPCE

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), deflagrou na manhã desta terça-feira (20), a quarta fase da Operação Gênesis. O objetivo é desarticular uma suposta organização criminosa formada e liderada, majoritariamente, por agentes públicos de segurança. Os alvos são suspeitos dos crimes de extorsão, tortura, comércio ilegal de arma de fogo, corrupção ativa, além de organização criminosa. Mandados estão sendo cumpridos na Paraíba.

Foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão (todos os alvos), sete mandados de condução coercitiva (para os policiais), um mandado de prisão contra o policial militar apontado como líder do grupo, além de medidas cautelares de afastamento das funções de todos os outros seis policias. Entre os alvos estão sete policiais militares da ativa, um policial civil da ativa e quatro integrantes que atuariam como informantes da organização criminosa. Dos mandados judiciais expedidos, cinco são da Vara de Delitos de Organizações Criminosas e sete da Vara Única de Auditoria Militar do Ceará. As ordens estão sendo cumpridas com o apoio da Coordenadoria de Planejamento Operacional (COPOL) da SSPDS, da Polícia Militar do Ceará e da Coordenadoria de Inteligência (COINT) da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nos municípios de Aquiraz, Fortaleza, Itaitinga e Pacatuba, no Ceará, e em Itabaiana, na Paraíba.

A investigação do MPCE conta com o apoio da Coordenadoria de Inteligência (COIN), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). No curso das investigações, verificou-se a prática de crimes por parte de pessoas que se vinculavam a policiais e se estruturavam para realizar ilícitos numa complexa teia de corrupção envolvendo agentes públicos de segurança policial. A organização criminosa praticava crimes de extorsão e tortura contra traficantes com o objetivo de obter vantagens financeiras. Os alvos dos policiais eram cuidadosamente escolhidos entre traficantes com considerável poder aquisitivo ou que já tinham alguma passagem pela polícia, o que facilitava as exigências, as abordagens e o alcance das vantagens almejadas pelo grupo. Os agentes públicos tinham acesso ao sistema de informações da Polícia para selecionar as “vítimas” e planejar as ações.

Segundo as investigações, o policial militar apontado como líder do grupo costumava apresentar atestados médicos para ser dispensado do serviço e, assim, ficar mais livre para o cometimento dos ilícitos.

Retrospectiva

Na primeira fase da Operação Gênesis, deflagrada em setembro de 2020, foram cumpridos 17 mandados de prisão e de busca e apreensão em Fortaleza e em Maracanaú. Do total de alvos, nove eram policiais militares da ativa, três eram policiais civis da ativa e cinco eram civis (sendo quatro homens suspeitos de atuarem como traficantes e um policial civil aposentado, apontado como o líder da organização criminosa).

Na segunda fase da Operação, deflagrada em outubro de 2020, foram cumpridos 16 mandados de prisão e de busca e apreensão em Fortaleza e em Caucaia. Entre os alvos estavam três policiais militares e três policiais civis da ativa, nove suspeitos de tráfico de drogas e um ex-policial militar.

Na terceira fase da Operação, em maio de 2021, foram cumpridos 26 mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, sendo 21 contra integrantes de organizações criminosas (08 já recolhidos ao sistema penitenciário estadual) e cinco contra policiais militares do Ceará em Fortaleza e em Caucaia.

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