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Violência política afeta comunidade LGBTQIA+

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publicado em 29/06/2021 às 09h06

Mais de 50% das pessoas integrantes da comunidade LGBTQIA+ afirmaram ter sido vítimas de algum tipo de violência no contexto político-eleitoral em 2018, em pesquisa feita pela empresa social ‘Gênero e Número’. Nesta segunda-feira (28), dia do Orgulho LGBTQIA+, o PSDB da Paraíba destaca o esforço do partido para promover igualdade e inclusão. A legenda, debate participação política desse segmento e conta com o deputado Rafafá, primeiro paraibano assumidamente gay na Câmara Federal.

O presidente da Diversidade Tucana do PSDB da Paraíba, Joel Cavalcanti, ressalta que a violência pode se caracterizar, inclusive, com o silêncio e a invisibilidade da classe no campo político. “Sofremos violência indireta ao sermos minimizados, subestimados, como se não soubéssemos falar de alguns temas. São violências que não são contabilizadas mas nos silencia, nos diminui”, pontua.

Fundada em abril deste ano, a Diversidade Tucana do PSBD da Paraíba tem buscado trazer a representatividade para a população LGBTQIA+ com pautas que ajudem na redução do preconceito e dos ataques contra a comunidade. Joel cita o deputado Rafafá, primeiro paraibano assumidamente gay na Câmara Federal, como símbolo da representatividade necessária para a comunidade LGBTQIA+ na política. “Ele vai além da pauta da inclusão, fala de habitação, educação, saúde, porque tudo isso é necessário. É um erro achar que as causas LGBT são unicamente sobre inclusão, somos e precisamos de muito mais que isso”, pontuou.

Na última sexta-feira (25), uma mulher trans foi queimada viva no Centro do Recife. Notícias como essa angustiam Nicole Galdino, mulher trans e secretária de comunicação da Diversidade Tucana do PSDB-PB. Sempre atenta aos casos de agressões e ataques contra mulheres trans, ela espera que essa violência deixe de existir em todos os espaços, inclusive na política. “Espero não ser vítima de violência política, tenho acompanhado muitas mulheres trans que foram eleitas e passaram por problemas e precisaram tomar certas ações e posturas para continuarem vivas e exercendo cargo. Se algo assim acontecer comigo, não me acovardo, estou aqui para abrir o peito e lutar pela causa que acredito”, garante.

Assim como Nicole, muitas pessoas LGBTQIA+ ainda que não tenham sofrido violência, conhecem alguém que sofreu. De acordo com a pesquisa de Gênero e Número, 87% dos entrevistados relataram ter tomado conhecimento de violências cometidas contra alguém próximo da comunidade no segundo semestre de 2018.

Diversidade no parlamento – Rafafá afirma que a sua chegada à Câmara representa um grande avanço para a comunidade LGBTQIA+ e mostra que as pessoas, independentemente de orientação sexual, identidade e gênero, podem ocupar postos dentro da política. Ele defende mais espaço e igualdade na disputa para o segmento. “A nossa sociedade é plural e o parlamento também precisa ter essa representatividade, essa diversidade”, disse.

Educação – Presidente do PSDB na Paraíba, o deputado federal Pedro Cunha Lima lamenta que o Brasil ainda tenha tanto preconceito enraizado, mas vê a Educação como uma forma para mudar a mentalidade das pessoas. “Essa é uma cultura presente em nosso país, mas a educação pode apontar um novo caminho. Caminho de respeito, de inclusão, de representatividade. Não dá mais para tolerar certas posturas e comportamentos”, disse.

Projeto de Lei – Para tentar reduzir a violência política contra essa população, tramita na Câmara Federal o Projeto de Lei 78/21, que proíbe a violência política eleitoral contra candidatos LGBTQIA+.

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