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Relator nega privatização dos Correios em audiência

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publicado em 29/04/2021 às 07h45
atualizado em 29/04/2021 às 04h48

O relator em Plenário da proposta que autoriza a exploração dos serviços postais pela iniciativa privada, deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), negou que o projeto trate de privatização dos Correios. “O texto não fala de privatização, mas de modernização, regulamentação do sistema postal brasileiro para torná-lo eficiente, sem interferência política e com segurança jurídica a quem presta bom serviço à população”, afirmou.

As declarações foram feitas em audiência das comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público; e de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, que ouviram nesta quarta-feira (28) representantes do governo e de trabalhadores dos Correios para discutir o Projeto de Lei 591/21.

Cutrim defendeu o diálogo entre os vários setores envolvidos no serviço postal e de entregas. “Não iremos de forma açodada e sem responsabilidade tratar de matéria tão importante e histórica para nação brasileira.”

Antes, o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Otto Alencar Filho (PSD-BA), havia lamentado a aprovação do regime de urgência para votação da proposta pelo Plenário. “Não sei por que se aprovou urgência. Não entendo agilidade para discutir assunto tão importante a toque de caixa”, criticou.

Otto Alencar Filho propôs um modelo intermediário para transformar os Correios em uma empresa de economia mista. “Precisamos valorizar os ativos dos Correios, mantendo o monopólio, abrindo o capital ao mercado e preservando o controle acionário com o governo.”

Qualidade e preço
Entre os argumentos contrários à desestatização dos Correios, o ex-presidente do Conselho de Administração da Empresa de Correios e Telégrafos Adroaldo Portal citou tentativas fracassadas de privatização na Argentina e em Portugal, que prejudicaram a qualidade dos serviços e resultaram em aumento dos preços. “O Correio dos Estados Unidos tem prejuízo, mas em nenhum momento pensam em privatizar ou reduzir o serviço, por ser estratégico para o país”, comentou.

O presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), José Aparecido Gimenes Gandara, alertou para os riscos de prejudicar a universalização dos serviços postais. “Hoje os Correios atendem todo o País com subsídios cruzados, cobrindo 5,2 mil municípios que não dão lucro”, comentou.

Agência Câmara

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