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Presentes sustentáveis são opções para o Natal

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publicado em 15/12/2020 às 08h32
atualizado em 15/12/2020 às 08h40

Com a proximidade das festas natalinas, a procura por presentes para as confraternizações aumenta muito em todo o país. O consumismo eleva significativamente a produção de lixo neste período e, por isso, especialistas destacam a importância de investir em produtos ecologicamente corretos na hora de fazer as compras.

A ideia é focar em itens que tenham sido desenvolvidos sob a ótica da economia circular, levando em consideração os materiais usados em sua produção, bem como sua real utilidade no dia a dia. “Produtos duráveis, recicláveis e cuja produção tenha gerado menos impacto ambiental são boas opções de presentes”, ressalta a coordenadora de educação e mobilização do ‘SustentaMundoBr-Parahyba’, Eleine Bélaváry.

O tipo de produto não importa. Roupas, acessórios, produtos de beleza, ou mesmo alimentos, podem tornar-se excelentes escolhas. Para Eleine, o fundamental é que o presente esteja em sintonia com as necessidades da pessoa que irá recebe-lo e não “mais do mesmo”. “Há excelentes marcas “amigas da natureza” que oferecem qualidade a um custo razoável. Pesquisar e prestigiar essas marcas é agir em sintonia com o que desejamos para as futuras gerações”, reforça.

Na Paraíba, onde o projeto ‘SustentaMundoBr’ vem sendo desenvolvido, não faltam marcas conscientes. Como, por exemplo, os produtos da empresária Manayra Barreto, idealizadora da Shower (@shower.saboaria) que, desde 2018, trabalha com cosméticos naturais voltados à rotina de beleza e cuidados diários, em João Pessoa. “Pensando no meio ambiente e em tudo que colocamos na nossa pele, os produtos são formulados do zero, com matérias-primas naturais e biodegradáveis. Também priorizamos o uso de embalagens de vidro, estimulando o retorno dos frascos e, em retribuição, disponibilizamos descontos aos clientes”, explica Manayra.

Além da importância de ser um consumidor consciente e responsável, presentes sustentáveis são diferenciados e todo mundo gosta de ganhar. Como as bolsas produzidas pelos empresários Sebastiano Bulgari e Raffaella Leonzi, da Ecoartesanato (@ecoartesanatooutravez). A loja, localizada em Carapibus, no litoral paraibano, vende bolsas e acessórios produzidos a partir de caixas Tetra Pak e tem uma clientela fiel, que ainda ajuda na confecção das peças. “Muita gente nos fornece as caixas. Promovemos essa cultura e as pessoas agora nos procuram para doar”, comemora Rafaela.

Mas nem sempre foi assim. A empresária conta que trabalha com o material desde 2009 e tinha muita dificuldade de encontrar a principal matéria-prima para seu negócio. “Recolhíamos basicamente dos vizinhos e amigos, mas, nesses 11 anos, conseguimos mudar, em muitas pessoas, o modo de agir em relação ao que é jogado no lixo”, salienta a empresária. Ao todo são utilizadas dez caixas de leite para cada bolsa confeccionada e, somando-se com os demais acessórios (carteiras, porta-moedas, etc.), a empresária estima que dá um destino charmoso a cerca de 5 mil caixas Tetra Pak em um ano de trabalho.

Até mesmo na hora de escolher a embalagem que irá envolver o presente deve-se ter um olhar responsável. Optar por sacolas de papel em vez das plásticas, ou simplesmente recusa-las, quando possível, é uma atitude sustentável.

Por fim, ter o cuidado de descartar corretamente os resíduos gerados nas ceias de Natal e de Ano Novo (separando o lixo orgânico do reciclável), em especial, as garrafas de champanhe consumidas na virada do ano, é uma postura ambientalmente ética. Segundo o Instituto Akatu, se todas as famílias destinarem adequadamente suas garrafas, o volume total que deixaria de ser enviado aos aterros seria considerável para o meio ambiente.

Sobre o ‘SustentaMundoBr-Parahyba’ – O programa foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar em parceria com o Instituto Brasileiro do Ambiente Sustentável (IBAS) – www.ibasbrasil.org.br – para incentivar a coleta seletiva em municípios e iniciou com um minucioso diagnóstico da realidade local. A partir dele foi possível estabelecer os processos para que a destinação correta dos recicláveis aconteça e chegue a uma central de triagem operada por cooperativas que comercializam o material de forma a gerar trabalho e renda para catadores e suas famílias.

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