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Entenda uso de plasma em pacientes com covid-19

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publicado em 16/06/2020 às 06h06
Foto: Secretaria de Estado da Saúde

Estudos desenvolvidos em diversos países do mundo têm utilizado o plasma de pacientes já curados de Covid-19 para tratar pessoas que ainda lutam contra o vírus (Sars-Cov-2), que tem feito mais de 41 mil vítimas só no Brasil. A medida tem sido adotada por estados brasileiros, inclusive, na Paraíba. O hematologista André Oliveira explica como se dá o processo de tratamento por meio do plasma.

“O uso do plasma convalescente – parte líquida do sangue – baseia-se em fornecer imunidade através da infusão de anticorpos presentes em plasma de doadores que já foram curados de episódios de infecção pelo vírus da Covid-19. O embasamento é interessante e já foi utilizado em outras epidemias como Influenza, Ebola, MERS, SARS algumas até com protocolos instituídos pela OMS com resultados promissores, porém com benefício até o momento sem comprovação definida rigorosamente”, explica.

O especialista ressalta que a infecção por Covid-19 vem se mostrando multifacetada e complexa com variações de apresentações clínicas diversas. A transfusão de plasma convalescente, assim como qualquer outra transfusão, vem a ser mais um recurso na terapia de pacientes graves. Porém, não oferece apenas benefícios, reações adversas do procedimento podem acontecer. “Dessa forma, critérios rígidos devem ser obedecidos para minimizar riscos aos receptores e os estudos em andamento mostraram o real benefício no arsenal terapêutico desta enfermidade”, frisa André Oliveira.

O hematologista destaca que a doação de plasma e os critérios de seleção dos doadores obedecem às leis e regulamentações de cada país. A de plasma convalescente pode ser feito por qualquer pessoa entre 18 a 60 anos, com história de infecção pela Covid-19 não grave com comprovação laboratorial e estarem assintomáticos há pelo menos 30 dias. Homem ou mulher sem passado gestacional podem ser candidatos.

Doação e gestação – O médico explica o motivo pelo qual mulheres com histórico gestacional não podem vir a ser doadoras de plasma. “Elas não são elegíveis à doação de plasma convalescente, devido a possibilidade de presença de anticorpos contra leucócitos estarem presentes na composição do plasma destas doadoras, aumentando o risco de efeitos colaterais pulmonares com a administração deste produto em um paciente já grave e com queixas respiratórias”, justifica.

André Oliveira lembra que os pacientes que irão ser candidatos a transfusão tem que preencher critérios clínicos do protocolo utilizado pela instituição que geralmente são: apresentar comprovação laboratorial da infecção por Covid-19 associada à forma severa/grave da patologia.

Campanhas – Assim como para doação de sangue “comum” campanhas estão sendo realizadas nas redes sociais para doação de plasma para o tratamento da Covid-19. O hematologista do Hapvida em João Pessoa, André Oliveira, afirma que as campanhas têm um papel importante neste cenário de pandemia, tanto para familiares, amigos que podem de alguma forma se sentir parte do tratamento através da divulgação e mobilização para doações, porém, faz um alerta. “Vale salientar que os critérios de segurança não devem deixar de ser seguidos em nenhum momento e o real benefício ainda não foi bem definido.

Outro ponto que é importante ressaltar é que candidatos a doação necessitam de triagem clínica laboratorial quanto aos demais critérios de doação de sangue total (sorologias, história clínica e médica) antes de serem considerados aptos a doação e os Hemocentros e Bancos de Sangue vem a cumprir este papel”, orienta e finaliza.

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