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Segundo dia de festival teve música e debates

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publicado em 27/10/2019 às 09h11

“Acho que toda a cidade desse país deveria ter um festival literário, onde as pessoas se encontram, trocam ideias e fazem cultura”, afirma a escritora Marisa Alverga na manhã deste sábado (26). Ela e mais 21 autores participaram do lançamento coletivo de livros realizado na Praça Epitácio Pessoa, durante a manhã do segundo dia do Festival Literário de Bananeiras. O evento vai até domingo (27) e reúne nomes da literatura paraibana e brasileira.

A programação do segundo dia começou com a apresentação dos Tambores da Serra formado por alunos da Escola Nossa Senhora do Carmo, seguido pelo lançamento de livros de autores bananeirenses e alguns convidados. Para Maria Alverga, eventos como este é o que a população brasileira está precisando. “A cultura abre a mente da gente para entender os percalços que a vida nos prodigaliza. Acho que o município de Bananeiras merece nossos aplausos”, pontuou.

Satisfeito com o resultado do primeiro dia, o prefeito Douglas Lucena agradeceu a participação do público no evento. “Agradeço também a todos que acreditaram na realização do festival. Bananeiras está em efervescência. Esse é um momento singular e muito bonito e não pertence a uma gestão, mas sim do povo bananeirense”, afirmou.

A programação da tarde começou com um encontro de editoras paraibanas e um bate papo com seus representantes no Espaço Cultural Oscar de Castro. Estiveram presentes os jornalistas Naná Garcez, William Costa e Alexandre Macedo representando a Empresa Paraibana de Comunicaçãoes (EPC) e a editora A União, Linaldo Guedes com sua editora Arribaçã e Débora Gil com a Escaleras.

Mediando a conversa, o jornalista e escritor Rubens Nóbrega acredita que um festival literário passa uma mensagem de como é importante promover a cultura e a literatura. “Esse Festival Literário é um reencontro não só dos locais de quem é daqui realmente, mas também um reencontro de quem passou por aqui e tem a oportunidade de ver como Bananeiras cresceu culturalmente, estruturalmente. Realizar um festival tem uma importância fundamental”, ressaltou.

Durante o bate papo, o jornalista propôs um debate sobre a publicação de livros na Paraíba e como um autor pode ser publicado e distribuído. Em sua fala, Linaldo Guedes atentou para o fato da questão dos custos de uma editora para publicação e para a distribuição de livros. “Custa caro. Existe toda uma demanda de custos dentro de uma editora. E um dos grandes gargalos na literatura é a distribuição. Acredito que a gente poderia pensar na criação de uma entidade, uma associação, numa rede mesmo de distribuição do Nordeste pra fora, sair daqui e chegar nas cidades do Sul/Sudeste”, reflete.

Para a presidente da EPC, Nana Garcez, festivais e feiras literárias solucionam, em parte, o problema da distribuição, pois o livro é levado diretamente ao público, com preços mais acessíveis e abre esperança para que novos autores busquem editar suas obras, pois vão saber onde colocar. “Outra coisa, você tem o autor local mais conhecido e reconhecido pela população local. Esse é um ponto importantíssimo. Outro ponto também é, ao fazer isso de cidade em cidade, você reforça no local o hábito da leitura. Isso é fundamental. Pra gente da EPC, que nasceu com uma competência de fazer e estimular a cultura paraibana, a difusão dos autores paraibanos, um evento como esse aqui deve ser super valorizado, é uma forma da gente chegar no público”, pontua.

Dando seguimento ao evento, a última mesa de debate do segundo dia contou com a participação da escritora Maria Valéria Rezende e o escritor Jorge Caldeira. A conversa foi mediada jornalista Heron Cid e teve como tema Histórias na História. Os participantes da mesa agradeceram o convite para participar do festival e expuseram suas ideias ao público que encheu o auditório do Espaço Cultural Oscar de Castro.

Para Caldeira, o fato do prefeito ter ido a coragem de realizar a primeira edição do festival, faz com que o evento a o interesse da população pelo mesmo cresça. “O contato direto ou mais próximo entre produtores e pessoas que consomem literatura ou escrita está ficando mais raro e valorizado. São debates e curiosidades que você só consegue satisfazer em um ambiente como esse. Eu acho que aqui, o Festival de Bananeiras, tem tudo para ser uma série que terá vida longa”, afirma.

Já Maria Valéria Rezende comemora o fato de feiras e festivais literários estarem se multiplicando na Paraíba. “Nós temos aqui um potencial enorme, tanto para produzir alimentos e todas as outras coisas que nós podemos produzir, quanto para produzir uma palavra que explique tudo isso, que traga tudo isso à luz. Eu acho isso fundamental. Como o Jorge estava falando, o maior potencial que tem é o nosso povo. Agora, é preciso lhe dar voz e dar coragem de levantar sua voz e tudo isso. Eu acho esse tipo de festival que tira o escritor de cima do púlpito e bota no meio de todo mundo é libertador”, ressalta.

A programação da noite foi reservada para apresentações culturais e de dança do Grupo Serras de Bananeiras na Praça Epitácio Pessoa. O alunos da Escola Estadual de Ensino Médio e Fundamental Maria Gertrudes de Carvalho Neves Caiçara de João Pessoa realizou um Sarau Poético. O segundo dia finalizou com show musical do cantor Rogério Souza, seguido de Pedro Faissal e Banda Meio Free.

O Festival Literário de Bananeiras é uma realização da Prefeitura Municipal de Bananeiras, com o apoio da Universidade Federal da Paraíba – Campus III, Sebrae PB, Fecomércio, Feira Vó Corine e a Associação das Esposas dos Magistrados da Paraíba (AEMP) e Funesc.

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