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Sem ‘Mais Médicos’, periferia de JP sofrerá

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publicado em 30/06/2019 às 12h03
atualizado em 30/06/2019 às 15h37

A Paraíba recebeu de 59 profissionais de saúde selecionados na primeira frase do Programa Mais Médicos, cujo resultado foi divulgado no último dia 19, para atuar em 40 cidades. Os profissionais tiveram até esta sexta-feira (28), para se apresentar nos municípios, mas com as mudanças no programa, João Pessoa perde cerca de 48 médicos sem previsão para substituição.

Até o final do próximo ano, todos os profissionais sairão dos cargos. De acordo com o tutor do programa Mais Médicos na Paraíba, Felipe Proenço, as periferias das cidades possuem dificuldade para manter os profissionais.

“Até o momento já saíram quatro e no mês que vem saem mais sete. Não haverá substituição, o Ministério da Saúde decidiu não disponibilizar profissionais do Mais Médicos em capitais e regiões metropolitanas. O problema é que as periferias dessas cidades tem muita dificuldade de ter médico, voltamos a ver postos de trabalho ociosos na atenção básica que é a parte da saúde que resolve a maior parte da necessidade das pessoas”, concluiu Felipe em contato com o Portal MaisPB.

Segundo o tutor, os municípios onde os profissionais vão continuar devem atender a critérios de vulnerabilidades e alguns já estavam inscritos no programa.

“São municípios que já vinham há algum tempo sem profissional, com mais de 20% da população em extrema pobreza, áreas indígenas ou classificados como G100, com mais de 100 mil habitantes mas que estão entre os mais pobres do país”, afirmou Felipe.

No estado, os municípios que recebem profissionais são Bonito de Santa Fé, Brejo do Cruz, Cachoeira dos Índios, Cajazeiras, Cajazeirinhas, Itaporanga, Jericó, Marizópolis, Triunfo, São Bento, Santana dos Garrotões, Cacimba de Dentro, Pombal, Sousa, Alagoa Nova, Alagoinha, Amparo, Baraúna, Barra de São Miguel, Aroeiras, Alagoa Grande, Belém, Caiçara, Pilar, Nova Floresta, Lucena, Livramento, Pilões, Pitimbu, Pocinhos, Remigio, Santa Rita, Campina Grande, Cruz do Espirito Santo, Cuité, Fagundes, Frei Martinho, Gurinhém, Ingá, Solânea.

O tutor do programa explicou que as vagas a serem ocupadas já existiam pelo Mais Médicos, mas que situações em que os profissionais aceitam a vaga mas não assumem o cargo são recorrentes.

“A gente vem sentindo que desde as mudanças de maior porte do programa, desde a saída dos médicos cubanos a situação que já vinha acontecendo de assistência, se agravou. Lugares em que há bastante tempo a população estava desassistida com a saída dos cubanos, quando se falou que teria reposição de brasileiros, a gente não percebeu que isso aconteceu efetivamente. As vezes eles [os profissionais] tentam ver se realmente querem ficar no município, aceitam a vaga no sistema mas não começam a trabalhar efetivamente”, concluiu o professor.

O Ministério da Saúde suspendeu a atuação de médicos cadastrados no programa para capitais e regiões metropolitanas. Com isso João Pessoa, perde 48 médicos que atuam em diversos bairros, eles sairão gradualmente até o término do contrato, que dura três anos.

MaisPB

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