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Vereadores divergem sobre excesso de leis

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publicado em 30/04/2019 às 09h02
atualizado em 30/04/2019 às 07h27

Os vereadores de João Pessoa, Bruno Farias (PPS) e Thiago Lucena (PMN), avaliaram, na noite desta segunda-feira (29), a produção parlamentar e comentaram temas polêmicos referentes à Câmara Municipal. Eles concederam entrevistas ao jornalista Heron Cid, no Programa Frente a Frente, da TV Arapuan.

Os parlamentares começaram o debate rebatendo alegações do senso comum de que os vereadores não trabalham. Bruno vê falha na comunicação e Thiago Lucena mais benefícios promovidos pelos parlamentares que custos.

“Acho que a Casa falha na comunicação por não passar o que se produz em favor da sociedade. O poder legislativo vai muito além da produção exagerada de leis”, argumentou Bruno Farias.

“Se acompanhar a produtividades do parlamentar vai ver como ele traz benefícios e irá fazer uma ponderação do que se gasta com ele e os resultados que traz para a cidade”, acrescentou Thiago Lucena.

Sessões esvaziadas

Entretanto, os vereadores consideram frustrante as constantes sessões esvaziadas na Casa. “É como um cantor que vai ao show e se depara com um público pequeno. Ele não pode desanimar. Deve se sentir motivado independente de plateia no plenário ou nas galerias”, destacou Bruno.

Para Bruno Farias, os vereadores também recebem “pancadas” por serem considerados o ‘para-choque’ da sociedade. “O couro vai ficando grosso. A gente perde o cabelo. A barriga se avoluma, mas o que mais cresce é a couraça porque desagradamos interesses de determinados seguimentos da sociedade”, salientou.

Revisaço

Thiago Lucena sustenta que é preciso mais ações e menos leis na cidade de João Pessoa. Para isso, foi realizado um “revisaço” para tornar sem efeitos algumas leis consideradas caducas na Câmara. Para ele, isso também deve valer para projetos atuais.

“Costumo dizer que tem muitos projetos que tramitam na Casa que não vejo necessidade. Mas como integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) tenho que respeitar a autonomia de casa vereador. Não precisava nem dessa comissão do ‘revogaço’. Primo pela qualidade legislativa e não pela quantidade de projetos”, disse Tiago.

Bruno lembrou que o revisaço não pode apagar a memória legislativa. “Ele torna sem efeito alguma atuação legislativa, mas mantém o arquivo”, afirmou.

Câmara nos bairros

Como atividade importante nas últimas legislaturas os parlamentares destacaram o projeto ‘Câmara nos Bairros’. “É importante a gente ouvir as demandas da população, as críticas e muitas vezes levar puxões de orelhas. Isso faz a gente dar de cara com a realidade das pessoas”, enalteceu Bruno. “É interessante quando a gente escuta”, elogiou Thiago.

Título de Cidadania

Tanto Lucena quanto Farias defenderam mudanças na concessão de cidadania e outras honrarias na Câmara que, totalizam 20 homenagens que podem ser prestadas. “É tão abrangente que qualquer pessoa que fez alguma bem a humanidade pode receber o titulo de cidadão. É algo que precisa mudar”, propôs Thiago Lucena. “No final das contas elas se misturam. O que fizemos foi enxugar essa quantidade de honrarias e diminuir a quantidade possível por vereador, além de estabelecer critérios”, detalhou Bruno Farias

Regulamentação de aplicativos

Os parlamentares consideraram como “sem volta” a regulamentação de veículos por aplicativos na Capital paraibana. Para os dois, os aplicativos são avanços para o transporte de João Pessoa.

“A Câmara não pode se colocar como obstáculo a inovação tecnológica. A gente não pode remar contra a maré. O mundo inteiro se utiliza desses aplicativos e a Câmara não pode ficar ilhada sufocando essa atividade que sustenta muito homens e mulheres”, defendeu Bruno Farias.

Ocupação das calçadas

Um ordenamento da ocupação das calçadas de João Pessoa por camelôs foi defendido pelos entrevistados. Porém, de forma que não prejudique os comerciantes ambulantes. “A gente tem que ter ordenamento, mas não podemos esquecer famílias que estão sendo sustentadas por aquilo ali”, disse o governista.

Para Bruno Farias, o problema foi agravado pela omissão da gestão municipal. “Ao longo desse seis anos e meio o prefeito foi leniente. Em um ato equivocado agiu à noite saqueando a mercadoria dos trabalhadores sem oferecer uma alternativa”, finalizou.

Roberto Targino – MaisPB

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