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Bisavó e avó da índia enterrada planejaram crime

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publicado em 11/06/2018 às 13h32
atualizado em 11/06/2018 às 10h35

A avó e a bisavó da índia recém-nascida – que foi resgatada depois de ser enterrada viva pela família dela em Canarana, a 838 km de Cuiabá –, não aceitavam a criança pelo fato dela ser filha de mãe solteira e o pai ser de outra etnia. A informação consta na investigação da Polícia Civil.

A bisavó Kutsamin Kamayura, de 57 anos, está presa desde a semana passada e a avó, Tapoalu Kamayura, de 33 anos, acabou presa na sexta-feira (8).

Avó e bisavó estão presas; polícia diz que elas não aceitavam índia recém-nascida enterrada viva pelo fato dela ser filha de mãe solteira e pai de outra etnia (Foto: Polícia Civil de MT/TV Centro América)

Avó e bisavó estão presas; polícia diz que elas não aceitavam índia recém-nascida enterrada viva pelo fato dela ser filha de mãe solteira e pai de outra etnia (Foto: Polícia Civil de MT/TV Centro América)

A Polícia Civil diz que pediu a prisão da bisavó e da avó após ouvir testemunhas que falaram sobre a conduta e a participação delas no crime.

Índia recém-nascida é resgatada após ser enterrada viva por família em MT

Para a polícia, a mãe da adolescente premeditou e planejou junto com a bisavó. Juntas, elas planejaram o que seria feito com o bebê logo depois do parto.

A bisavó alegou que a criança não chorou após o nascimento, por isso acreditou que estivesse morta e, segundo costume de sua comunidade, enterrou o corpo no quintal, sem acionar os órgãos oficiais.

Entretanto, a investigação descartou o infanticídio praticado por algumas etnias. Tanto a bisavó quanto a avó estão presas na a cadeia pública de Nova Xavantina, a 651 km de Cuiabá.

O coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai), naquela região, disse à TV Centro América que não tem autorização da direção da Funai para falar sobre o caso.

Estado de saúde

A bebê está internada desde quarta-feira (6) em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá.

Ela passou por uma cirurgia para passagem de catéter para fazer diálise peritonial, uma vez que apresenta quadro de insuficiência renal.

O último boletim médico, divulgado no domingo (10), mostrou que a menina continuava internada, com sedação e respirava com a ajuda de aparelhos.

Resgate

A Polícia Civil estima que a criança ficou enterrada por seis horas – entre as 14h e 20h de terça-feira em uma cova de 50 centímetros de profundidade.

A menina foi levada às pressas por uma ambulância para o hospital da cidade. Ela recebeu oxigenação e começou a ser atendida na unidade de saúde.

Os médicos descobriram que a recém-nascida teve um afundamento no crânio. O bebê passou por um exame de raio-X que apontou duas fraturas na cabeça.

G1

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