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MICHEL TEMER

Ministro manda PF apurar se investigação vazou

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publicado em 27/04/2018 às 17h08
atualizado em 27/04/2018 às 14h10

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou nesta sexta-feira (27) ter determinado o diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, que investigue o “vazamento” de informações sobre o inquérito que tem o presidente Michel Temer entre os investigados.

Mais cedo, nesta sexta, o presidente Michel Temer fez um pronunciamento no Palácio do Planalto no qual disse que pediria a Jungmann para investigar os “vazamentos irresponsáveis” de informações sobre o inquérito. A Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Segurança Pública.

“Vou sugerir ao ministro Jungmann que apure internamente como se dão esses vazamentos irresponsáveis porque, mais uma vez eu digo, não é a imprensa que vai lá de forma escondida para examinar os autos. Os dados são fornecidos por quem preside o inquérito, que comanda o inquérito, seja aonde for, e naturalmente, quando isso chega à imprensa, a imprensa divulga”, afirmou Temer no pronunciamento.

“Determinei ao Diretor Geral da Polícia Federal a imediata apuração do possível vazamento ocorrido no curso do inquérito policial […]. No Estado democrático de direito, não é admissível comprometer o legítimo direito de defesa e a presunção de inocência de qualquer cidadão ou do Senhor Presidente da República”, afirmou Raul Jungmann em nota.

Inquérito

Nesta quinta-feira (26), a Polícia Federal pediu ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) uma nova prorrogação por 60 dias do prazo do inquérito que investiga o presidente.

A Polícia Federal quer mais tempo para concluir a análise dos extratos bancários de Temer, cujo sigilo foi quebrado no mês passado com autorização de Barroso. No próximo dia 2, a PF ouvirá em depoimento a filha do presidente, Maristela Temer, sobre a origem do dinheiro usado na reforma da casa dela.

O inquérito da Polícia Federal apura se Temer editou um decreto no ano passado para beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina. Amigos do presidente chegaram a ser presos no fim de março, na Operação Skala, da PF, em razão dessa investigação. Temer nega que o objetivo da medida tenha sido favorecer empresas.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota de Jungmann:

Ministério Extraordinário da Segurança Pública

Assessoria de Comunicação Social

NOTA

Brasília, 27/4/18 – Determinei ao Diretor Geral da Polícia Federal a imediata apuração do possível vazamento ocorrido no curso do inquérito policial que apura fatos relacionados à edição do Decreto no. 9.048, de 10 maio de 2017, que regula a exploração de portos organizados e de instalações portuárias.

No Estado democrático de direito, não é admissível comprometer o legítimo direito de defesa e a presunção de inocência de qualquer cidadão ou do Senhor Presidente da República.

A violação do sigilo profissional pelos responsáveis pela condução dessa ou de qualquer outra investigação é conduta passível de sanção administrativo-disciplinar, cível e penal. Além disso, depõe contra o reconhecido profissionalismo das instituições investigadoras.

RAUL JUNGMANN

Ministro de Estado Extraordinário da Segurança Pública

G1

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