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Morre adolescente que teve cirurgia atrasada por briga de médicos

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publicado em 12/08/2016 às 11h03
atualizado em 12/08/2016 às 08h18

O adolescente Lúcio Pena Figueira que teve a cirurgia atrasada por uma briga entre dois médicos dentro do centro cirúrgico do Pronto-Socorro da Criança João Lúcio em Manaus morreu nesta sexta-feira (12). O jovem, de 14 anos, estava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após cair de um laje e bater a cabeça. A briga ocorreu no dia 4 deste mês dentro da unidade hospitalar.

Um neurologista, 39 anos, e um anestesista, de 69 anos, atendiam o adolescente quando houve a discussão. Os dois médicos se preparavam para iniciar procedimento cirúrgico no paciente. Após a briga, eles foram encaminhados à delegacia na capital.

De acordo com familiares, a morte do adolescente foi confirmada às 6h30 desta sexta-feira, em razão de edema cerebral e hemorragia intracraniana.

Familiares acreditam que a demora no atendimento, ocasionada pela briga entre os médicos, colaborou para o agravamento do quadro do adolescente.

“Eles estavam brigando lá, deixaram meu irmão com a cabeça aberta. Veio outro médico para operar. A hora que começou [a cirurgia] era meia noite e acabou umas 3h da madrugada”, disse ao G1 o irmão Francisco Carlos, de 23 anos.

Entenda o caso

Consta no boletim de ocorrência registrado no 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na capital, que os dois médicos entraram em vias de fato devido uma discussão durante um procedimento cirúrgico. O neurologista tinha escoriações na boca, e o anestesista apresentava escoriações no braço esquerdo, mão direita e pescoço.

Funcionários, que não quiseram ser identificados, contaram ao G1 que o anestesista chegou a dar um choque no braço do neurologista. Ao receber o choque, o neuro teria dado um golpe no colega, fazendo-o cair com o rosto no chão.

Conforme a Polícia Militar (PM), que foi acionada ao local, a briga teria iniciado “por conta de procedimento cirúrgico mal conduzido por um dos agressores”. Ainda conforme a PM, eles assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados.

Os médicos não foram encontrados pela reportagem para comentar o caso. O delegado Rafael Allemand, titular do 9º DIP, informou que o caso foi encaminhando para à Justiça.

Sindicância

O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) abriu sindicância para apurar uma briga entre dois médicos. A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que a direção do hospital abriu sindicância para apurar a conduta dos médicos envolvidos.

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) passou a acompanhar a família do adolescente. Os pais foram informados que podem ingressar com ação indenizatória.

G1

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