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França faz funeral de padre morto por extremistas islâmicos

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publicado em 02/08/2016 às 17h58
atualizado em 02/08/2016 às 15h01

O funeral do padre assassinado há uma semana por dois extremistas islâmicos em uma igreja na Normandia foi realizado nesta terça-feira (2) em meio a um forte esquema de segurança na Catedral de Rouen.

Cerca de 2 mil pessoas dentro e fora da catedral gótica enfrentaram chuva para participar do tributo ao padre Jacques Hamel, de 85 anos, morto enquanto celebrava uma missa para cinco fiéis em sua igreja.

O caixão, carregado por quatro pessoas, entrou no prédio precedido e seguido por uma procissão de muitos padres de estola roxa, a cor do luto.

Pessoa segura foto do padre Jacques Hamel em seu funeral na Catedral de Rouen (Foto: Joel Saget/AFP)

Pessoa segura foto do padre Jacques Hamel em seu funeral na Catedral de Rouen (Foto: Joel Saget/AFP)

Alguns muçulmanos também estiveram presentes. “Eu vim aqui para mostrar a minha solidariedade para com a comunidade cristã. É um dever. Estamos aqui pelo bem viver juntos”, ressaltou Hassan Houays, professor de matemática de Saint-Etienne-du-Rouvray, perto da cidade de Rouen, onde o ataque ocorreu.

O assassinato, cometido por dois extremistas de 19 anos que juraram fidelidade ao grupo Estado Islâmico (EI), causou forte comoção na França.

O padre Jacques Hamel era conhecido localmente por seu envolvimento no diálogo interreligioso com os muçulmanos de Saint-Etienne-du-Rouvray.

Segurança reforçada

Cerca de 2 mil pessoas participaram do funeral do padre Jacques Hamel na Catedral de Rouen (Foto: Joel Saget/AFP)

Cerca de 2 mil pessoas participaram do funeral do padre Jacques Hamel na Catedral de Rouen (Foto: Joel Saget/AFP)

O esquema de segurança em torno da catedral foi reforçado para a cerimônia, que contou com a presença dos ministro francês do Interior e dos Assuntos Religiosos, Bernard Cazeneuve. Vinte veículos da polícia estavam nos arredores e todas as pessoas que entravam no prédio da igreja eram revistadas. No exterior, um telão retransmitia a cerimônia.

O padre Hamel, originário do norte da França, será enterrado em um lugar que a família quer manter em segredo.[

Sua igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, onde oficiava há quase 50 anos, permanece fechada. Segundo a diocese, ela só será reaberta após um “rito penitencial de reparação”, que permitirá a retomada do culto após a profanação do templo.

O funeral ocorre dois dias depois que centenas de muçulmanos foram orar nas igrejas da França ao lado de católicos na missa de domingo, como um sinal de “solidariedade” e “esperança”.

Os dois responsáveis pelo ataque, Adel Kermiche e Abdel Malik Petitjean, que viviam a 700 km de distância e que se conheceram poucos dias antes do ataque, foram mortos pela polícia.

Os representantes da comunidade muçulmana de Saint-Etienne-du-Rouvray, onde vivia Adel Kermiche, recusam-se a organizar seu enterro.

G1

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