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'QUARTA CAPA'

Paulo Ró faz lançamento de seu novo disco na Usina Cultural Energisa

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publicado em 07/01/2016 às 14h06
Paulo Ró
No próximo dia 13, o compositor Paulo Ró estará apresentando seu novo disco ao público no Café da Usina – Usina Cultural Energisa, com tarde de autógrafos na Parahybólica Cultural. Mais uma aventura do compositor pelos caminhos incertos da poesia, desta vez, a partir dos versos do poeta Lau Siqueira. A novidade é que neste disco a voz predominante é a da cantora paraibana Dida Vieira, artista conhecida e reconhecida nos meios culturais da Paraíba, mas que até o momento não havia lançado um disco solo.
As composições de Paulo Ró com Lau Siqueira foram feitas em apenas dois dias no ano de 2007. Na verdade, toda a obra de Paulo Ró dialoga com a poesia. Seja no grupo Etnia, no Jaguaribe Carne em discos como “Olhos de Prôa” e “Jardim dos Animais”. Ao todo ele lançou 8 discos em sua carreira. A maioria em parceria com poetas, mas todos com uma pegada experimental muito forte. Um traçado não linear que vai da cultura popular aos grandes mestres da música do mundo.
“Quarta Capa”, no entanto, é uma parceria coletiva. O trabalho foi crescendo e ficando mais abrangente. Começou com a participação dos músicos Uaná Barreto e Rudá Barreto, aos quais se juntou Rainere Travassos e o produtor Marcelo Macedo. A eles juntou-se a cantora Dida Viera cujo instrumento afinado da sua voz busca a condução dos versos do poeta. Este trabalho disputa espaço entre a música, a poesia, a amizade, as relações humanas e a tradução da luta de artistas pela arte e pela vida nestes tempos movidos pelo caos e pelo silêncio.
O disco tem gerado boas expectativas e, sobretudo, emocionado quem dele participou ou quem já teve a oportunidade de escutá-lo. Assim, num ponto equidistante entre a comunhão e a transgressão que os autores impuseram ao trabalho, chegou a hora de mostrar o produto de uma longa gestação. A apresentação da obra ficou por conta de Totonho:
“Um náufrago remando contra marés. A favor dele, palavras que flutuam por muitas partes, inundam o barco, que quase sem querer se escora, e ancora em águas de uma esquina do Oceano, onde se margeia a Paraíba, não o rio, a capital da aldeia, aparentemente vazia. O encontro com o compositor e pescador de melodias, melonoites adentro.     Paulo Ró pareceria inusitado se não fosse proposital. Afinado, cercado de delicadezas por todos os lados. Quando ouvi aquelas canções, pensei que fosse coisa muito antiga, das enchentes dos quereres, mas seria mais que isso; o compromisso de quem mergulha no seco, em busca de versos, distante do seu chão, sem anzóis, sem arpão. O que essas canções de Lau Siqueira e Paulo querem dizer, nem debaixo d’água saberíamos senão que são iscas que te puxam pra cima, pelo ouvido, pelo perigo contra eles descompromissados, sem boias ou medo do risco, sem preocupação com a invenção da roda, ou do disco. Ouvi naquelas canções, tantos peixes  saltando que pra escolher um causava-me desespero, abstinham-se de temperos, pouco sal, muito zelo, Dida Vieira, Uaná e Rudá. Indígenas de braçadas sonoras e impecáveis, sem pensar num comprador de fato, dando as costas ao farol do Mercado. Agora choro quando ouço mesmo as miudinhas, de escamas douradinhas, aquelas que são as últimas a vender na feira, porque é canção brasileira, vinda do desconhecido, da nada acanhada Nau Siqueira”.  Totonho – 2015

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