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CHACINA

Polícia prende outro PM suspeito de participar de chacina na Grande SP

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publicado em 10/11/2015 às 11h38

O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo decretou no último sábado (7) a prisão preventiva de mais um policial militar acusado de participar da chacina que deixou 19 mortos em Osasco, Barueri e Itapevi, na região metropolitana da capital paulista, no dia 13 de agosto. O mandado de prisão foi cumprido pela polícia no sábado, e o cabo já está detido no presídio militar Romão Gomes.

O cabo é o oitavo suspeito preso por envolvimento no caso. O primeiro detido foi o soldado Fabrício Emauel Eleutério, ainda em agosto. Ele nega participação. Outros cinco PMs e o coordenador da Guarda Civil Metropolitana de Barueri também já haviam sido presos, em outubro, durante uma grande operação conjunta da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar, que, além das prisões, cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em diferentes endereços de São Paulo.

Na oportunidade, outros dois PMs também foram presos, em flagrante, mas não pela efetiva participação na chacina. Eles são investigados pelo crime, mas foram detidos porque, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a polícia encontrou armas e munições irregulares em suas residências.

O nome do cabo preso neste sábado (7), assim como o nível de sua suposta participação no crime, não foram divulgados porque o processo corre sob segredo de Justiça. A prisão preventiva, que não tem prazo determinado, foi decretada pelo juiz Dalton Abranches Safi.

A Secretaria da Segurança Pública afirmou que investiga o envolvimento de 18 policiais militares nos ataques. De acordo com a denúncia, além de seis PMs que teriam participado diretamente da chacina, outros 12 podem ter atuado indiretamente, dando cobertura aos assassinos. Quatro guardas-municipais e um vigilante também são investigados.

 Chacina

No dia 13 de agosto de 2015, 18 pessoas foram mortas e sete ficaram feridas em ataques realizados por indivíduos armados em 10 lugares próximos, em um espaço de tempo de ao menos três horas, nas cidades de Barueri e Osasco, ambas na Grande São Paulo. Uma adolescente de 15 anos, que foi internada, morreu dias depois.

De acordo com alguns testemunhos e gravações de câmeras de segurança, um grupo de pessoas armadas usou veículos para se locomover entre os lugares. Eles perguntaram sobre antecedentes criminais e atiraram. Segundo as autoridades que investigam os crimes, um mesmo veículo teria sido visto em vários dos lugares onde ocorreram os crimes.

A suspeita de que policiais ou guardas-civis teriam cometido os crimes surgiu porque, alguns dias antes da chacina, o guarda-civil Jefferson Rodrigues da Silva, de 40 anos, e o policial militar Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, foram assassinados na região.

O cabo Oliveira foi morto a tiros, no dia 7 de agosto, por dois criminosos ao reagir a assalto a um posto de combustíveis. Ele era da Força-Tática do 42º Batalhão da PM (BPM), responsável pela segurança na região, mas estava sem farda. A dupla usou a própria arma do policial para matá-lo e fugiu. O DHPP já identificou os suspeitos, que são procurados pela Justiça.

O guarda Jefferson Silva foi baleado e assassinado em 12 de agosto por três assaltantes que tentaram roubá-lo. Ele também estaria à paisana. Os criminosos fugiram. Na noite seguinte ao assassinato do guarda, começaram as ondas de execuções em Osasco e Barueri.

A Corregedoria da Polícia Militar interrogou 32 policiais militares que trabalhavam em Osasco e Barueri na noite de 13 de agosto e diz que eles são testemunhas.

A demora em se descobrir os responsáveis pelas mortes provocou protestos de amigos, familiares e grupos de direitos humanos

G1

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