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No Senado, Maranhão comanda reunião da CCJ que sabatina Janot

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publicado em 26/08/2015 às 13h21
atualizado em 26/08/2015 às 10h29

O senador José Maranhão(PMDB-PB), presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal (CCJ), coordena neste momento a reunião da CCJ que o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, para aprovar ou não seu nome para mais dois anos à frente do Ministério Público Federal  (MPF).

Na sabatina, Janot negou com veemência que exista a articulação de um acordo entre o Palácio do Planalto e o MPF para denunciar ao STF (Supremo Tribunal Federal) apenas desafetos políticos do governo no âmbito da Operação Lava Jato.

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Denunciado na operação, o senador Fernando Collor (PTB-AL) fala neste momento e acusou Janot de contratar empresa sem licitação. O senador também afirmou que Rodrigo Janot hospedou Claudio Gouveia, um parente que seria procurado pela Interpol, em sua casa em Angra dos Reis, litoral carioca.

Collor acusou Janot de contratar uma empresa de comunicação sem licitação e disse que o procurador havia mentido ao afirmar a lisura de sua conduta ética. O senador citou um suposto período em que Janot teria advogado enquanto atuava como subprocurador da República e perguntou se isso era eticamente aceitável.

Collor também perguntou se Janot usa como “estratégia” vazar informações de investigações para determinados veículos de comunicação. “Quem está dizendo isso não sou eu, não sou só eu”, disse.

Collor é um dos dez dos 13 senadores investigados na Lava Jato que compõem a comissão responsável por sabatinar Janot. No dia 8 deste mês, o procurador-geral ofereceu denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Collor a partir das investigações da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. Desde então, Janot tem sofrido ataques verbais por parte do senador, que chegou a chamar o procurador-geral de “filho de uma quenga”.

Em sua resposta, Janot, afirmou que os contratos com a empresa de comunicação Oficina da Palavra são legais e que essa empresa faz consultoria e media training para o Ministério Público Federal e para vários órgãos públicos.

Mais sobre a sabatina

Além de Collor, outros senadores – alguns antes e outros depois do alagoano – também interpelaram o procurador-geral. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) questionou Janot sobre a questão das chamadas “pedaladas fiscais” do governo federal. O procurador-geral disse que essa é uma questão que deve ser avaliada tecnicamente e que o Ministério Público Federal ainda aguarda informações da Presidência sobre o tema.

Questionado pelo senador Alvaro Dias (PSDB-PR), Janot negou a existência de um “acordão” celebrado no âmbito da Operação Lava Jato. Ele chamou a hipótese de um “factoide” e refutou a hipótese de qualquer acordo que possa interferir nas investigações.

“Ainda que quisesse fazer um acordo desses, teria que combinar com os russos, 20 colegas e um grupo de delegados muitos preparados da Polícia Federal”, ironizou.

O procurador-geral também negou que os presos tenham acesso ao conteúdo da delação premiada dos outros, a não ser quando a delação seja aberta.

MaisPB

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