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PMs da Rota presos por execução deram 16 tiros contra dois suspeitos

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publicado em 12/08/2015 às 14h20
atualizado em 12/08/2015 às 11h22

Policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) presos por execução deram 16 tiros em direção aos  dois suspeitos encontrados mortos em Pirituba, Zona Norte da capital paulista. O caso ocorreu na última quinta-feira (6).

De acordo com a Corregedoria da Polícia Militar (PM), quatro dos 14 policiais detidos realizaram os disparos contra dois homens.

“Quatro dos 14 policiais detidos afirmaram ter participado do suposto confronto com os suspeitos. Cada um deles afirmou ter dado 4 tiros.”, disse o corregedor da PM,  coronel Levi Anastácio Félix, em coletiva nesta quarta-feira (12).

O corregedor, no entanto, não informou quantos disparos atingiram as vítimas. “Isso vai depender de laudo”, disse Félix.

Os PMs alegaram que os dois suspeitos foram mortos numa troca de tiros num matagal na Zona Norte. Disseram a seus superiores que viram três homens dentro de um carro suspeito, que não obedeceu a ordem de parar. Na versão dos agentes, após perseguição, a dupla saiu do veículo atirando e os policiais revidaram os disparos. Um terceiro suspeito fugiu. Alegaram ainda ter encontrado armas e munições no veículo, que não tinha queixa de roubo ou furto.

Apesar disso, na sexta-feira (7) os 14 PMs da Rota que estiveram envolvidos na ação foram presos pela Corregedoria da PM por suspeita de forjarem um tiroteio para encobrir supostas execuções dos dois jovens somente um deles foi reconhecido por familiares. Eles estavam sem documentos.

Na terça-feira (11), a Justiça Militar decretou a prisão temporária dos PMs por mais 30 dias. De acordo com o corregedor da PM, tenente-coronel Marcelino Fernandes, o GPS serviu de prova para o órgão pedir que eles continuassem detidos. O grupo de agentes foi transferido nesta quarta-feira (12) da Corregedoria para o Presídio da PM Romão Gomes, na Zona Norte.

O advogado que representa dois dos policiais presos alegou que eles agiram dentro da lei. “São 14 policiais militares, nem todos atiraram, então tem que se individualizar a conduta para saber efetivamente o que aconteceu ali nos fatos, mas a posição dos PMs, é a posição da verdade”, disse João Carlos Campanini, que irá recorrer da decisão. “Entrarei com um habeas corpus no Tribunal de Justiça Militar [TJM]”.

Ação suspeita

Os policiais foram presos após uma ação ocorrida na quinta-feira, por volta de 14h, em uma avenida de Pirituba. Os policiais disseram que mandaram três homens que estavam em um carro parar, mas eles fugiram. E ainda que um dos suspeitos desceu e atirou contra os PMs, que revidaram.

Na versão dos PMs, outros dois homens que estavam no carro bateram no acostamento. Um deles foi baleado em um terreno. O terceiro conseguiu fugir. Os dois homens baleados morreram. Eles estavam sem documentos. Um deles foi reconhecido pela família com sendo Herbert Pessoa. Segundo a polícia, ele já havia sido condenado pelos crimes de receptação e tentativa de assalto. Ele cumpriu a pena e desde 2007 estava em liberdade.

O documento de ordem de prisão de um dos policiais diz que uma testemunha informou que antes das 14h um dos homens que estavam no carro foi abordado por PMs da Rota em Guarulhos, o que mostra conflito entre a versão apresentada pelos policiais e a da testemunha.

A distância entre Guarulhos e a Avenida Felipe Pinel, em Pirituba, onde os suspeitos foram mortos, é de aproximadamente 32 km. A Corregedoria da PM tenta descrever o que cada um dos 14 policiais fez durante a ação. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que “foram apreendidos com os suspeitos uma submetralhadora 9 mm, um revólver, um colete balístico e duas bananas de dinamite”.

G1

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