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operação Acrônimo

PF investiga mulher de governador de MG com lavagem de dinheiro

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publicado em 31/05/2015 às 10h39
atualizado em 31/05/2015 às 13h24

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, classificou como um “equívoco” o envolvimento da esposa, a jornalista Carolina Oliveira, na operação Acrônimo, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP), que investiga um esquema de lavagem de dinheiro. A declaração foi dada durante entrevista coletiva, na tarde deste sábado (30).

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca e apreensão no apartamento que ela mantém em Brasília nesta sexta-feira (29). A ação foi deflagrada para combater lavagem de dinheiro por meio de um esquema de sobrepreço e de recebimento por contratos não executados com o governo federal desde 2005.

“Nós não quisemos falar sobre isso ontem porque queríamos ter acesso aos autos do inquérito, como de fato tivemos. E ocorre, o mandado de busca e apreensão foi expedido com base numa alegação, numa definição inverídica, absolutamente inverídica”, declarou o governador. Ele aponta Carolina como vítima de um erro e aposta no esclarecimento dos fatos a partir de documentos que comprovam o exercício e posterior encerramento da empresa por ela comandada.

Ainda assim, Pimentel afirmou respeitar a operação e a investigação feitas. Para ele, os documentos apresentados “são mais do que suficientes para permitir a exclusão da Carolina desse inquérito, sem prejuízo de que ele prossiga com o objeto que lhe é de direito”. E acrescentou: “Nós vamos superar isso com toda certeza”.

Segundo Pimentel, a esposa está abalada com o episódio e, grávida, precisou ficar em repouso, por recomendação médica. Por isso, somente ele e o advogado que a defende, Pierpaolo Cruz Bottini, compareceram à coletiva.

O advogado apresentou o requerimento e termo de encerramento contratual da Oli Comunicação e Imagem Eireli, ambos com data do segundo semestre de 2014, e afirmou que os documentos que comprovam a inocência da cliente serão entregues à Justiça na próxima segunda-feira (1º).

“A empresa de Carolina de Oliveira não é uma empresa de fachada. Ela tinha sido criada, ela funcionava, ela prestava serviços de assessoria de comunicação, ela ocupou efetivamente aquele imóvel até julho de 2014”, afirmou ele. Ainda de acordo com o defensor, “não existiam duas empresas no mesmo lugar. Existiu a empresa da senhora Carolina Oliveira, ela exerceu as suas atividades até julho de 2014 e depois disso o imóvel foi deixado e ocupado por uma outra empresa”, disse.

Ainda de acordo com Bottini, a empresa foi aberta em 2012, depois que a primeira-dama “deixou qualquer vínculo com o poder público”. Em julho de 2014 ela deixou o prédio, o pedido de encerramento ocorreu no final de 2014 e foi deferido no início deste ano.

Sobre a relação com o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, preso na última sexta-feira (29) suspeito de envolvimento no esquema, Bottini  afirmou que a jornalista e o empresário têm convívio social, mas nenhum envolvimento profissional.

Requerimento de encerramento da Oli Comunicação apresentado pelo advogado (Foto: Reprodução / TV Globo)Requerimento de encerramento da empresa,
apresentado pelo advogado
(Foto: Reprodução / TV Globo)

“A Carolina Oliveira tinha uma empresa que funcionou num lugar, e ela efetivamente, jamais, prestou serviços à empresas públicas, jamais prestou serviço a qualquer das empresas mencionadas nesta investigação, não prestou serviços a nenhum partido político, e portanto ela prestou serviço, prestou assessorias a empresas privadas. Então não sei de onde a Polícia Federal tirou esse tipo de ligação”, reiterou o advogado.

Ao todo, foram cumpridos mais de 90 mandados de busca e apreensão pela operação, em quatro estados brasileiros. Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado de Minas Gerais disse que o governo mineiro “não é objeto de investigação neste processo”.

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