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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Aventura em Alto Rio

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publicado em 29/09/2024 ás 09h51
atualizado em 29/09/2024 ás 09h54

O Rio Amazonas é gigante, eu só não acho mais bonito que o Rio São Francisco, mas seu tamanho assusta, muitas vezes é difícil acreditar que estamos em um rio, parece mesmo um mar. Tem pontos que a margem some da nossa vista. Uma vez, isso faz muito tempo, fui convidado em Parintins para conhecer o encontro dos Rios. Não havia celular, mas acho que registrei com câmera digital da Sony. Vocês lembram da CyberShot? Pois bem, eu serelepe já fui de sunga por baixo, pois aguardava o momento do banho, melhor, do mergulho. Nesse tempo não tinha essa seca maldita, se enxergavam poucas ilhas no meio e sua imponência se devia a outros rios enormes que deságuam nele aumentando ainda mais sua vazão e a correnteza, mas não sentimos tanto a corrente fluvial quando estamos no barco. Ao perguntar sobre a área de mergulho ao condutor da embarcação imensamente alta de três andares, ele olhou estranho para mim e inventou um lugar chamado “logo ali”. Ao pular e adentrar naquele ambiente denso, me veio um filme, através de uma voz: Que estás a fazer?  Como anda o lixo espacial? Quem cuidará dos teus animais domesticados? Já te acostumastes com as matanças entre humanos? E as mentiras? Perdoastes teus inimigos? Quantos são? Qual dor ainda te faz chorar? Quais arrependimentos ressoam nessa bravura de encontrar o cume do Rio Mar? Onde estará a margem ou te encontrastes como ser marginal? 

Bom, não respondi a nenhuma pergunta, pois o desespero era achar na verdade o ar, não temos vocação para peixe, cetáceos ou anfíbios, mas nadei como uma onça a procurar o barco que me abandonara por causa da tensa correnteza. Desespero? Sim, mas a esperança fulgurava ainda maior, pois, fui infante recordista de natação entre os amigos em águas marinhas, daí nadei os quatro estilos até encontrar o barco distante 500 metros de mim, o nado de costas foi primordial. Me jogaram uma corda e ainda tive forças para escalar o barco em movimento numa imitação de rapel. Sim, nem sei como escapei… ufa! Hoje agradeço a Deus, à saúde vasta e à juventude! Acredito que a serenidade vem, não só do autoconhecimento, mas do autocontrole adquirido do conhecimento! 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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