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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Um ano

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publicado em 01/11/2011 às 08h32

Há doze meses, completados ontem, o povo da Paraíba rompia um ciclo político que dava todos os sinais de continuidade por pelo menos mais quatro anos com a reeleição presumida e comemorada por antecipação do ex-governador José Maranhão.

Ricardo enterrou toda a lógica da eleição da Paraíba e venceu o amplo favoritismo maranhista, a estrutura completamente desigual da máquina, os números desanimadores das pesquisas, e uma onda devastadora de boatos.

Um ano depois, no Governo, Ricardo, o governador sonhado por várias gerações, enfrenta certamente a sua fase mais crucial da política: tocar a ruptura de um estado tradicionalmente clientelista, pagando o preço do desgaste pelo remédio amargo.

De 31 de outubro de 2010 pra cá, Ricardo experimentou o doce do céu na euforia da vitória e o fel gerado pela mágoa de quem foi demitido ou teve parte de seus vencimentos – alguns já devidamente incorporados ao orçamento – decapitados.

O governador amealhou intenso e perigoso desgaste nos setores do funcionalismo e da classe política, mas inaugurou uma nova forma de se comunicar com seus governados a partir do Orçamento Democrático, do Empreender e do Pacto Social.

Para o bem ou para o mal, Ricardo continua sendo o mesmo: pouco afeito a afagos, determinado a contrariar interesses, disposto aos confrontos, na maioria das vezes dispensáveis, e focado nas metas que elege como alvo. Pelo menos de estelionato eleitoral ninguém pode acusá-lo. Foi exatamente esse Ricardo que a Paraíba escolheu.

Afinados
O governador Ricardo Coutinho, o prefeito Luciano Agra e o senador Cássio se encontraram no último sábado numa agenda pra lá de informal.

Intimidade
Segundo fontes revelaram com exclusividade à Coluna, o trio, com esposas e namorada (caso de Agra), festejou reservadamente o fim da novela no STF.

A última cartada de Santiago
O senador Wilson Santiago (PMDB) vai até o fim. A defesa dele entrou no TSE, na última sexta, como prometido, com recurso contra a expedição do diploma de Cássio. A última tentativa jurídica só foi revelada ontem pelo advogado Michel Saliba, que reconhece não haver na manobra qualquer esperança de efeito suspensivo.

Inelegibilidade levantada
No entendimento dos advogados de Santiago, Cássio não poderia ter sido diplomado. “Em junho deste ano, a Lei da Ficha Limpa completou um ano de vigência. Portanto, o ex-governador não poderia ter sido diplomado porque ficou inelegível nesse período”, sustenta Saliba.

Argumentos e teses já esgotaram
Indiferente ao movimento da defesa de Wilson, o advogado Luciano Pires se disse absolutamente despreocupado com a nova batalha jurídica. “Todos os itens de inelegibilidade de Cássio já foram atacados por ocasião dos agravos julgado pelo STF”, tranqüiliza Pires.

Não deu
O vice Rômulo até tentou aparar arestas para abrigar o deputado Doda de Tião, mas ao final prevaleceu o veto do deputado e fundador do PSD, Manoel Ludgério.

Sentença final
Ultimato de Rômulo sobre o imbróglio. “No último contato com Doda lhe comuniquei da impossibilidade. Manoel teve importante papel na fundação do PSD”.

Edição extraordinária
Apesar da desfiliação, o presidente do PMDB, Antônio Souza, ainda pensa em convocar Doda para “apresentar explicações” sobre o voto governista na Assembléia.

Sem volta
Mesmo correndo o risco de responder processo de infidelidade movido pelos suplentes do PMDB, Doda não recuará da migração, conforme a Coluna captou.

Índices
O deputado Benjamim Maranhão (PMDB) vê com preocupação a criminalidade na Capital. “A violência cresce desenfreadamente, a cidade mudou para pior”.

Erro de cálculo
Caciques do DEM avaliam que o Governo só perdeu Janduhy Carneiro (PPS) porque não respeitou o critério da CCJ ter permanecido com um democrata.

Gula
Eis o raciocínio: Se a liderança tivesse contemplado o direito de João Henrique (DEM), não teria havido confronto entre Janduhy e Adriano Galdino (PSB).

Definido
Enquanto bate cabeça na Capital, o PMDB já definiu com que roupa vai à eleição de Santa Rita e bateu o martelo com o vereador Adones Júnior pra 2012.

Profecia
Previsão do vereador Fernando Carvalho (PT do B), ainda magoado com Veneziano. “O candidato será Alex Azevedo, pra dar uma simples satisfação ao PMDB”.

Experiências
Vereador Bira Pereira (PSB) e Carlos Rafael (PTB), prefeito de Cajazeiras, estarão hoje, às 19h, na Câmara de Marizópolis, no Seminário “O Jovem na Política”.

PINGO QUENTE “Isso é puro júris esperniandi”. Do advogado Johnson Abrantes sacando a carteirinha de cassista ao ouvir a tese de Michel Saliba, da defesa do persistente senador Wilson Santiago.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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