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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Vejo o percurso, mude a rota

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publicado em 20/02/2024 às 07h00
atualizado em 20/02/2024 às 05h13

 

Experimente variantes. Deguste o vinho no Porto ou cachaça no alambique e faça de conta que o tempo passou.

Todos os meus percursos se foram tornando progressivamente mais rápidos com pequenos ajustes e improvisos. Não consigo andar arrastando as sandálias – jamais caranguejo, nem espero os grilos cantar. Talvez, o galo.

Quando decidi que ia fazer o ProjetoK, sabia que a trajetória não seria fácil. Ou você tem entusiasmo, ou nada vai pra frente. O fato de estar com 50 mil seguidores, é só começo.

João Pessoa é cidade bela e destruída – mas  não falta motivo para visitar suas ruas, casas e prédios em ruinas. Tenho visto coisas que eu jamais veria se não tivesse o ProjetoK.

Às vezes há uma rua paralela menos segura, aí eu não arrisco. Outras,  chegamos as calçadas, como quem não quer nada, diante de um cruzamento quando não é muito tarde para o amanhã – que não será outro dia. Já foi.

Estava na Praça da Pedra e vi que duas pessoas estavam me cubando. Demasiado depressa entrei numa loja de vender moveis antigos, me sentei numa cadeira antiga de dentista e o medo aumentou. Mas eu não quero falar do ProjetoK.

Pedi o dono da loja seu espelhinho redondo e vi que estar vivo é o contrário de estar morto, óbvio, mas muita gente passa pela vida e não viveu. Tem gente que não larga o lumdum, num tempo que nem o bumbum ,vale tanto assim.

Você está no passado?  Arrume a mala, Seu Bloom. Quem é o Bloom?

O presente – agora, já, já, ocupa todo o espaço que nos rodeia, mas logo será passado. Ai um doutor com sua pança enorme faz críticas dizendo que o ProjetoK vive do passado. Uma ova.

Eu olhei para ele com cabelos nas narinas, e vi que deste latifúndio, tô fora, que é o tempo neste minuto, amanhã pouco restará, meu nobre plantonista.

Talvez, quem sabe, a senhora da limpeza tenha as cinzas para varrer. Séculos inteiros guardam-se agora em gavetas medíocres.

Enquanto o raciocínio não for veloz, aguenta-se bem, a ideia de o passado ser o tempo cada vez menos espaço, é interessante, mas abandonar o casario, não fica bem na foto. Não demora cinco segundos a cair no moralismo mórbido, quando pretende ser rigoroso. No GoodReads, comentar a mesmíssima coisa, é papo de otário.

Aliás, ninguém sabe se entramos no apocalipse, mas a Besta está entre nós.

E o nourrau?

Kapetadas

1 – Razão, cada um tem a sua. Mesmo assim todos querem tirar a do outro.

2 – Tô tentando tomar café sem açúcar. Pra quem tem que digerir pessoas amargas, cafezinho é moleza.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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