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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

O Soldadinho Yuppie

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publicado em 14/01/2024 às 08h26

Sexta-feira passada, encontrei um inseto que popularmente o chamamos de soldadinho. Soldadinhos são pretos de listras brancas parentes das cigarras e se apresentam em formato de capacete(por isso são chamados assim). Por onde andam os soldadinhos? Em raras árvores de raras praças. Daí me veio uma reflexão: Por onde andam os yuppies? 

Lembra desse termo? 

Esse termo é usado para referir-se a jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe média e a classe alta. Os ‘yuppies’, em geral, possuíam formação universitária, trabalhavam nas suas profissões e seguiam as últimas tendências da moda.  Era um mauricinho que resolveu estudar e se mostrar em meados dos anos 80. Esses jovens trabalhadores surgiram a partir do desenvolvimento da Geração X, com novos interesses de carreira e consumo, se vestiam com traje social despojado, geralmente calça preta e camisa social branca – motivo pelo qual o associei ao soldadinho – frequentemente circulavam nas melhores baladas e tinham certo orgulho de si que parecia ostentação, pelo fato de não serem modestos. Em contrapartida hoje temos os Hipsters que ouvem vinis antigos e tendem a ser vegetarianos, também surgiram os yuccies, da geração millenial, que preferem ouvir música no Spotify e se derretem por um hambúrguer artesanal em cantinas estilizadas e acopladas ao hub onde trabalham. Hipsters andam de bike; yuccies, de Uber. Hipsters trabalham como músicos ou “freelancers”; yuccies desenvolvem conteúdo para sites, aplicativos e “vlogs”. Hipsters viajam para festivais alternativos; yuccies preferem apartamentos escolhidos a dedo no Airbnb. Mas os yuppies sumiram do mapa, eu não os encontro há anos e não me importo, pois prefiro encontrar meus amigos soldadinhos. 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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