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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Vamos Zarinhar?

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publicado em 26/10/2023 às 07h00
atualizado em 25/10/2023 às 15h38

Carícias, comida caseira na noite inteira, dizia a canção famosa paraguaia e eu estava seguindo esse lema. Assim caminhava a minha humanidade até o momento que despertei e pensei: hola, que tal zarinhar? Sim, “zarinhar”! Todos criam palavras novas, verbos e versos, sejam advindas da comunidade, sejam do mundo dos poderosos, sejam reflexo de um mundo cheio de estrangeirismos. Pois bem, cansado de comer e correr na direção contrária, resolvi parar e pensar. Decidi então zarinhar, me envolver mais em pesquisas, em galerias, em museus. 

Esse verbo seria muito importante para o país, uma homenagem de primeira linha a nossa ilustre e incomparável professora paraibana. Mestre de cultural geral, saiu das exatas para a orquestra de vernáculos, sua regência verbal nominava algo proeminente aos meus ouvidos. Zarinhar é saber exatamente o uso correto dos porquês. Quando devemos bloquear o porquê com acento e deixar partir o porque sem acento e sem assento deixando-o viajar no bonde chamado Literatura. 

Zarinhar virou sinônimo de bem escrever, de eloquência, de entender o que quis dizer Machado de Assis. A viagem cheia de comilanças me deixou em desconforto e senti falta de zarinhar por entre canteiros e distâncias, mesmo por aqui sendo mais recônditos os caminhos e lugares, procurei mergulhar nessa palidez o mais rápido possível. 

Não tenho dúvidas que se o mundo soubesse zarinhar, ou se o mundo zarinhasse mais, seria outro. 

Zarinhar hoje é um luxo, é ter acesso contínuo aos museus e de alavancagem os europeus, aos saraus caseiros, ao sentar numa cadeira de sala de aula e ouvir o ótimo português com direito à entonação e ao sotaque lindo nordestino, uma hora montelense, clariciana, arianamente suassuna e amada por Jorges, Carlos, Marcos, Patrícias, Maurícios, Claudias, Geovanas, Giannes e tantos fãs, tantas amigas, e admiradores.

Espalhem essa boa nova, divulguem esse verbo lindo, vamos viralizá-lo até tornar-se um “meme” do bem maior! 

Vamos conjugar o verbo Zarinhar!? Se conjuga igual ao verbo “estudar”: eu zarinho, tu zarinhas…

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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