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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Parece fora de moda

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publicado em 24/10/2023 às 07h00
atualizado em 24/10/2023 às 06h42

Uma amiga disse que mandou cremar o álbum do seu casamento. E crema, isso? “Claro. Joguei as cinzas no inferno”, disse ela. E o inferno é aqui? Tua hora vai chegar…

Eu acho lindo os ensaios fotográficos antes do casamento, feitos no Teatro Santa Roza, nas dunas de Cabedelo, na Igreja São Francisco e os textões são mega sinceros, que falam de amor até o fim. E existe fim?

Minha mãe chamava uma moça na rua e dizia: “minha filha se você soubesse o que é o tal do casamento, não casaria nunca”. Minha mãe levava cada fora. Todas querem se casar? Nem todos.

Minha tia Sinhá casou com 16 anos e ela contava que achava o buraco feito no lençol uma bobagem. A propósito, ela era linda como Brigite Bardot, mas falava pelos cotovelos. E cotovelo, fala?

Perdendo de vista as fotografias do eterno, até não sermos capazes de nada, de olhar em mais ninguém, nem na Maria, que vai com as outras.

As imagens dos álbuns ficam a segurar a ausência de uma permanência, quando as conversas não chegam mais ao pé de ouvido? Duvido.

Jogam quilos de arroz nos noivos, que mataria à fome do mundo.

Onde andará o álbum de casamento da professora Olencaria com seu  ex-amor, Faustony? Um gato comeu. Deu a bexiga.

Os pais gastam horrores com a festa, mas não sobra nenhum bem-cassado. Mudando de assunto, quanto mais Irene ri, mas docinhos ela come nos eventos da cidade.

Nos “finalmentes”, tudo acontece, mas  quem casa, digo, quem separa, quer a casa. Eu não sei explicar como o céu da boca escurece tão depressa e metade do que se jura na saúde na doença, que o padre Egidio dizia no altar, é um traço de água.

No sertão, Juvenilda casou com Joninha, depois de 50 anos de namoro, mas não rolava sexo – foram virgens para  o Amém. A bela Enalda casou aos 17 anos com Dr. Moca, que casou com Maricota, que não estava na história.

Onde andará o álbum do jurista Felilarô e sua amada Hermegenilda?  Cartas para Cláudio Piva.

Estão querendo acabar com o casamento gay? Não rola, viu?

Na vitrola, o Lula canta – “eu não quero pagamento Nascimento, eu quero é outro rabo do jumento”

Pois é, amor é como relógio Rolex: só existe um, mas há centenas de cópias diferentes por aí.

 Kapetadas

1 – Quantos anos você teria se não soubesse quantos anos tem?

2 – Eu amo que no Brasil tem uma jornalista que tá ganhando 2 milhões de seguidores – por cobrir a guerra? Não. Por ter saído da Fazenda.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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