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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

João e Benedito

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publicado em 15/10/2023 às 08h10
atualizado em 15/10/2023 às 10h15

 

São dois numa só pessoa. Único e muitos.

Eu já estava no Tribunal de Justiça, quando o juiz João Benedito da Silva assumiu a desembargadoria, há 14 anos. Não me lembro de seu discurso, mas que apertei sua mão. Meu pai dizia que o aperto de mão antecede o abraço e que significa uma saudação milenar, que literalmente tem o sentido de: ‘estamos sem armas’. Mas, infelizmente, o mundo está em guerra.

Os historiadores contam que a pessoa só apertaria a mão de outra se fosse para resolver um conflito ou selar um acordo. Nem um, nem outro. O gesto é muito forte.

Por ser um gesto milenar, essa simbologia evidencia a  mais antiga prática que perdura entre os homens de boa vontade,  dois homens apertando as mãos em solidariedade.

Apertar a mão de um homem, a exemplo do desembargador João Benedito, é uma cena usual. Ele é uma autoridade e presidente do TJPB e eu, um jornalista, que trabalho na divulgação de sua gestão. Isso é a nossa rotina.

Todos os dias, o cidadão João Benedito quebra esse protocolo, quando ele aperta a mão de um servidor, com o sorriso no rosto passando confiança, humanidade e o grande senso de Justiça. Eu gosto dele.

João Benedito. O que esperavam? Nasceu na terra dos poetas Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto,  Alceu Valença, Antonio Maria, escritores Josué de Castro e Francisco Julião, entre outros. O corajoso Julião que escreveu uma carta de amor para a filha Isabela recém-nascida, quando estava na prisão e que virou livro – “Até quarta Isabela!”

O presidente do TJPB é da paz. No mundo em que vivemos, é difícil encontrar uma postura assim, até porque, cada um se impulsiona, se estica ou vive apressado e não tem tempo de ter paz. A paz está em cada gesto.

Falando em carreira, quando o juiz João Benedito atuou na Comarca de Jatobá, minha cidade, que é uma carta de amor, mas não cheguei a vê-lo como magistrado daquele condado.

Ele é uma exceção e alcança tamanho estatuto. Quem carrega na cabeça a construção da vida, da profissão, a honradez do homem que estuda, vocacionado, é pé no chão.

João Benedito não endeusa ninguém, nem é endeusado, é um funcionário do Poder Judiciário, que está na presidência fazendo revoluções, tecnológicas, humanitárias.

O presidente João Benedito continua almoçando no mesmo restaurante antes de chegar à Presidência, um self-service. Isso não quer dizer nada, isso quer dizer muito, é evidente a simplicidade.

Sempre bem-vestido, de paletó preto ou azul, esbelto, o amor de dona Glória é reservado, mas é fácil chegar perto, apertar sua mão, ser campeão que nem ele, que estudou e que continua estudando, construiu sua carreira e família. São pais de João Gustavo, Antônio Manoel e Maria Gabriela.

Ele chegou ao Poder com glórias conquistadas.

Kapetadas
1 – Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo, Drummond
2 – Argumento é a mímica do pensamento. Dedo em riste é a mímica da falta de argumento.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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