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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Uma criança sorridente, feia e morta, estende a mão

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publicado em 12/10/2023 às 08h09
atualizado em 12/10/2023 às 07h01

O titulo acima é de uma canção de Caetano Veloso. Eu gostava de títulos longos…

Uma criança vive e morre dentro da gente. Às vezes escapa da morte ou coisa parecida, às vezes, é achada morta ou bala perdia.

Às vezes é a última do vagão, com o riso  mais inocente das vagas lembranças. Não me lembro de ter sido criança, logo cedo fiquei velho.

“Uma criança sorridente, feia e morta, estende a mão”

Uma criança não consegue se desfazer do tempo, ao invés de acenar, estende a mão. Olhos se prendem, se perdem de vez na multidão.

A morte de uma criança surge na guerra. Uma criança não, muitas.

Crianças mortas em todas as partes e mesmo assim, permanecem no noticiário

Elas tornam-se alvo de si mesmas, no movimento inocente e doloroso da guerra, das cidades lotadas indefinidas.

Crianças no fosso da tv, não conseguem livrar-se sequer de uma ruga nossa, de expressão. Criança, não, por favor

O brilho alucinado lembra as constelações, crianças mortas na guerra, são milhões.

Ainda ontem ouvi um repórter dizer: em instantes a cobertura completa da guerra entre Israel e palestinos. Criança, não.

Dezenas de crianças morrem nos confrontos.

Faz chover, Senhor, faz chover a paz.

“Meu querido Jesus, o que é que há?”

Não há mais o esplendor dessa memória infantil

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