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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

A morte da bunda

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publicado em 22/07/2023 às 07h00
atualizado em 22/07/2023 às 07h47

Estava lendo o texto do juiz e colunista do MaisPB Adhailton Lacet, sobre a cor da calcinha, e isso dele dizer: ‘Você viu, Pedro? Hoje ela veio de bunda rica branca”, me fez lembrar de uma dona neandertal e  sua bunda semântica.

Eu a conheci das regiões mais profundas da sua bunda. Eu era pequeno, minha tia Sinhá dizia: “lá vem a vagabunda” Todo mundo parava para ver a banda de Joaquim Aranha passar, mas a bunda rebolando entupia o Trombone de Vara de cuspe.

Ela sonhava em ser a Barbie, mas não tinha visão, só bunda. E que bunda!

A vagabunda, Tal Dita, tal dom que Deus lhe deu, a bunda desenhada, fazia sucesso nos rincões da barafunda.

Eu gostava de ver a vagabunda, não era uma Raimunda, era apenas a dona da sua bunda.

A vagabunda se amancebou com Tião, o dono da venda de bebidas alcoólicas, mas atração da casa eram as sinucas, que a vagabunda com sua bunda, passava o giz nos tacos.

Antes “the end” do mundo, a vagabunda ganhava sua vida, sentada em cima de um ó, por isso ela sabia o que era uma vogal. Quid pro quo, dizia meu pai que sabia latim.

A vagabunda passava pelas calçadas e festas da padroeira e apanhava uma caixinha de fósforos, jogada a seus pés. Ali tinha uns códigos e uma nota de cem réis.

Um dia de feira, a vagaba, que era prima da vagabunda, empinou eu bumbum de molejo e saiu a dizer gracinhas anunciando novidades na área. Depois apareceram várias bundas, todas submissas a bunda da vagabunda.

O pé de groselha

Há quanto tempo não subo no pé de groselha de Dona Celita para ver a bunda da vagabunda da copa da árvore incluindo caules e folhas. Faz muitos anos que não coloco os pés no sertão, não subo a pé até ao ponto mais alto da cidade, onde ficavam os asilados, onde o demo sopra o vento ao ponto de quase voarmos como tubarões-tigres, pra morder a bunda da vagabunda. Ah, tempo bom…

O sol na moleira

Queima o sol os meus olhos, queima tudo sem que possamos nos proteger. Uns ficavam míopes, outros cegos Aderaldos, mas não morríamos de graça, como uma táubua de tiro ao Álvaro. Onde andará Adoniran Barbosa? Cadê seu bacamarte, meu pai? Pou!

Até aqueles que não iam a lado nenhum, queriam ver a bunda da vagabunda.

Hoje a bunda da vagabunda caiu, mas já foi boa, a sua bunda. Nádegas a declarar.

Kapetadas

1 –  Uma piada só é uma piada até que alguém ria, ou cale o autor.

2 – Barbie de brasileiro é o Seu Boneco.

3 – Som na caixa: “Fui andando num caminho, me encontrei com uma coruja, eu pisei no rabo dela, me chamou de bunda suja”, de Arnaldo Batista

A bunda oficial

Como anda a saúde da sua bunda? Pode parecer piada, mas segundo o biomédico especializado em estética José Henrique Silva, da clínica Corpus, a chamada “síndrome da bunda morta”, é mais um mal moderno causado pela vida sedentária, que se junta à obesidade, hipertensão e outros diagnósticos relacionados.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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