João Pessoa, 24 de maio de 2023 | --ºC / --ºC
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O PT de João Pessoa deve participar ativamente das eleições municipais de 2024 em João Pessoa. A executiva municipal da legenda, inclusive, emitiu nota descartando o apoio à reeleição do prefeito Cícero Lucena (PP). Diante desse cenário, nomes surgem como possíveis candidatos no campo da oposição.
Em entrevista ao Programa Hora H, da Rede Mais Rádios, nesta quarta-feira (24), Luciano Cartaxo, ex-prefeito da capital, adiantou como andam os projetos do partido visando o pleito. Na entrevista, o deputado estadual revelou nomes que a legenda trabalha para 2024 e respondeu se vai disputar a prefeitura.
Confira a entrevista:
Confira a entrevista completa ao jornalista Wallison Bezerra:
Qual o debate que o senhor defende para a sucessão eleitoral em João Pessoa?
Ninguém decide nada sozinho no PT. Os partidos estão começando a fazer essa análise do cenário político, diálogo interno para construção da unidade, para ano que vem você ter a discussão de programa de governo, de política de aliança e de enfrentamento a uma gestão que até agora não disse a que veio. O PT já está fazendo isso, dialogando com a militância. O diretório municipal já fez a primeira reunião, já disse que o PT claramente vai ter candidatura própria à prefeitura de João Pessoa, sábado que vem teremos outra reunião importante nesse sentido, ouvindo os dirigentes, discutindo com a cidade, começando a pensar um futuro melhor para a cidade. Os temas passam muito pela realidade que a gente tá vivendo hoje. Nenhum gestor pode deixar a saúde no estado que se encontra hoje. O medicamento não tem abastecimento para 15 dias. Não é uma luta contra o prefeito, mas a gestão que em três anos, até hoje, não disse a que veio do ponto de vista de resultados concretos. Quando eu era prefeito, eu deixei João Pessoa com quatro upas funcionando 24 horas por dia. Tudo organizado com medicamentos, profissionais, concurso público, eram referências em João Pessoa. Hoje você chega lá e não tem papel higiênico. Já levei essas denúncias para a tribuna da assembleia. Eu fui eleito para que? para não poder chegar na tribuna e dizer que a merenda ta ruim? Não pode dizer que ele não construiu nenhuma creche? Lamentavelmente Cícero fala muito e faz pouco, por isso fala muito. Resultado prático, bom, a gente não tem. Vai fazer, vai fazer, você não vê inauguração. Ele esteve nesta semana no bairro do Rangel para lançar uma ordem de licitação para começar uma obra. Visita você faz quando a obra começou. Como não tem obra, não tem resultado, todo dia se convoca a imprensa para fazer algo novo. Apelando para a ordem de licitação. Quando a gente cobra, acelera um pouco mais um governo que é lento.
A executiva municipal tem divergido da executiva estadual, como o PT vai começar a convergir? Quando vai se chegar a um denominador comum?
O presidente Lula se candidatou seis vezes. A maioria dessas candidaturas participou do segundo turno. Em nenhuma vez Cícero Lucena votou em Lula, nessa última ele votou em Bolsonaro. O filho dele, Mersinho, abriu um comitê com Cícero e Bolsonaro. É um prefeito que tá aliado num campo mais conservador. Cícero não tem que cobrar do PT nenhuma aliança com ele. São projetos antagônicos. a eleição municipal é uma eleição solteira, vamos discutir a cidade, gestão, qualidade de vida do nosso povo. É um debate do diretório municipal. Nós temos 223 municípios na Paraíba, imagina se o diretório estadual vai chegar determinando onde o PT deve ter candidatura própria ou onde não deve ter candidatura própria. A executiva nacional já disse que onde o PT tiver candidatura competitiva, ele terá um nome. Não adianta o presidente Jackson Macedo vir comparar 2020 com 2024. É outra realidade. temos quatro ou cinco candidatos competitivos, com históricos vendedores, com histórico de trabalho, com mandatos parlamentares, com condição de enfrentar o desafio da prefeitura de João Pessoa. Construindo a unidade com humildade para ouvir, buscar essa amplitude com a sociedade. Vamos ter um plano de governo bem elaborado para melhorar a vida da população.
Como você vai tentar convencer os partidos que estão na federação com o PT, PV e PCdoB?
Com diálogo. Sabemos que na eleição passada não foi possível essa junção. O PT apoiou uma candidatura de Veneziano para governador e o PV e o PCdoB apoiaram a reeleição do governador João Azevedo. O ideal é buscar unidade. Fui filiado ao PV, tenho um carinho muito grande. O PT é o carro chefe dessa federação. Mesmo com dois partidos defendendo uma aliança, o que prevaleceu foi o PT. Pela força, pelo tamanho.
É possível que se tenha uma coligação com apoio do presidente Lula e com apoio do governador João Azevêdo?
O primeiro momento é de construção interna. Cada partido busca o melhor caminho. Cada partido quer ter maior número de vereadores, prefeitos. O que eu digo é que com Cícero Lucena o PT não vai estar. Não tem nenhum sentido o PT apoiar uma candidatura que está defendendo alargar toda a orla de João Pessoa e gerar um crime ambiental jamais visto na história dessa cidade. Qualquer discussão no campo progressista em relação a aliança política vai acontecer de forma natural.
O senhor vai tentar convencer João a não estar na aliança com Cícero e sim apoiar também o PT?
João Azevêdo é a maior liderança do partido na Paraíba. Tem um papel importantíssimo no Nordeste como um todo como presidente dos fórum dos governadores. Tem papel essencial no diálogo com o governo Lula. Está no nosso campo de diálogo permanente sem dúvida alguma. Ele tem autonomia em relação à escolha do próprio PSB. Feito esse debate, a gente vai avançando nas políticas de aliança que forem possíveis. O diálogo está apenas começando. Ano que vem teremos esse processo de construção de aliança propriamente dito.
Há a possibilidade de aliança com o PSDB em João Pessoa ou está descartada?
O PSDB tem aí, me parece, duas pré-candidaturas. Hoje o PT está voltado para unidade interna, construção de uma política com um programa de governo. A política de aliança vai se dar um pouco mais na frente. Hoje quase 90% defendem candidatura própria para Prefeitura de João Pessoa. Tem vários nomes que estão sendo colocados, eu, Cida Ramos, Estela Bezerra, Marcos Henriques, a ex-prefeita Márcia Lucena, entre outros nomes. Vamos ter muita maturidade para saber qual o melhor nome, vencer as eleições e governar bem a cidade.
O senhor voltou a criticar o alargamento da orla de João Pessoa, por que o senhor tem sido tão enfático nesse tema?
A preocupação do Ministério Público Federal (MPF) é a pressa, correria, agonia da Prefeitura Municipal de João Pessoa de fazer um projeto onde se precisa ter um estudo minucioso sobre a orla da nossa capital. Para você ter ideia, são seis praias que o prefeito quer alargar e o prazo estabelecido foi 90 dias. Isso é humanamente impossível. Estamos falando do meio ambiente. A gente precisa evitar qualquer tipo de desastre natural na nossa cidade. Cícero é o prefeito das escolhas erradas, equivocadas, escolhas ruins. Ele tá querendo botar areia onde já tem areia, ele tá querendo jogar 260 milhões no mar de João Pessoa ao invés de colocar esse dinheiro para melhorar saúde e educação.
O senhor foi o último prefeito e anunciou alguns projetos, principalmente para aquele trecho que fica em frente à barreira do Cabo Branco. O senhor ainda acha que é urgente resolver aquela questão?
É uma questão pontual. Essa cobrança existe para qualquer gestor. Quando eu estava na prefeitura consegui fazer o projeto, consegui aprovar esse projeto junto ao governo federal com a liberação de R$ 160 milhões. Fiz etapas importantes, como, por exemplo, a drenagem em torno do Cabo Branco. Quando chovia a força da água vinha para o pé da barreira e gerava o deslizamento. Fizemos também a proteção da base da barreira. Com essas duas medidas a gente não teve mais deslizamentos. Faltam duas etapas ainda, mas eu deixei os recursos prontos. Uma coisa é cuidar da falésia, outra coisa é fazer o engordamento da orla sem um estudo elaborado. 90 dias não se faz nem a planta de uma casa grande. A prioridade do povo hoje é que o prefeito cuide da saúde. Melhorar a estrutura urbana da cidade, emprego e renda. O nosso centro histórico está abandonado. Estão clamando ao poder público para resolver a situação de abandono, esvaziamento que está o centro histórico. É a questão do lixo, é a questão da iluminação, é a questão da insegurança, você tem um problema real, a terceira capital mais antiga do brasil, um patrimônio histórico extraordinário, aí você tem R$ 300 milhões para investir e vai escolher a orla. A prioridade não pode ser da cabeça do gestor, tem que ser a necessidade popular.
MaisPB
ENTREVISTA À REDE MAIS - 10/11/2025