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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Era uma vez Diadorim

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publicado em 16/05/2023 às 08h02
atualizado em 17/05/2023 às 16h37

 

A verdade é que não está fácil encontrar a novidade. Nem o detetive e a sua lista de escape rooms podem explicar tal mistério. Basta dar uma olhada no exemplo do monge: quanto mais evoluído, mais isolado ele vive. Nada é tão linear como queríamos. Na luz dos olhos teus, os meus, são sequências fotográficas. Procurando tu? Já não sei.

 Nos finais de tarde de sábado e domingo, sinto-me puxado para um alagado de cenas – cães, camas, mães, lixos, bichos, zumbis e, consoante a hora cada uma das imagens relevam solidões imensas. Aliás, muita gente voltou a usar máscaras. Procurando tu? Não sei mais.

Essa gente que passeia na calçada da praia, só me lembra consolação.

Uma moça em sua abstração ficou minha amiga íntima, tudo por causa do olá. No domingo, ela disse que sua cachorra está no cio. Só falta falar, né?  Por que você não mandou operar a cadela? “Porque ela é muito valente”. Isso dela dizer valente chegou aos refletores e aí – como é que vamos fazer?

Vou seguindo remelexos –  jovens lindas, idosos sentados em suas cadeiras de verão, bebês em carrinhos eletrônicos, nesse tempo de pensar em estrelas. Quando volto para casa as luzes já estão acesas. O cenário começa a mudar.

Onde andará Fred Pitanga?

À primeira vista provoca em mim uma sensação de maravilhas, como se a fonte da vida crescesse dos meus olhos. Ledo engano. Recomeça logo ali outras ilusões.

Sinto já outra imagem de Diadorim no ar, mesmo que toda a esperança não esteja no cartão-postal. Tão (in)satisfeito fico eu procurando tu.

Eu não sei se por bem ou por mal, essas imagens, e ainda bem que as praias desertas estão esperando por nós dois, com ou sem diversão, digo divisão de bem querer, a sua e a minha empatia, todos parecemos empacados, menos o horror e a podridão que vem das barracas. Se eu fosse prefeito mandava demolir todas.

Um 3/4 do Brasil.

O mar tem esse segredo de nos tirar do chão, que, com certeza, é uma prisão. É preciso sair, para  se sentir mais preso a outro lugar ou seguir fugindo.

A fuga, não seria possível, se a gente não precisasse andar pisando em ovos. Esquece, já estou em casa ouvindo João Gilberto.

É isso, sou só um dono de casa e BrunaLombardi continua linda.

 

Kapetadas

1 – Eu que o diga: com cinco ou seis retas, não é fácil fazer um castelo.

2 – Insistirmos, a que será que se destina

3 – Som na caixa: “Adeus, Guacyra, meu pedacinho de terra”, Hekel Tavares e Joracy Camargo

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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