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Educador Físico,  Psicólogo e Advogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Agente Especial da Polícia Federal Brasileira (aposentado). Sócio da ABEAD - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do IBRASJUS - Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. É ex-presidente da Comissão de Políticas de Segurança e Drogas da OAB/PB, e do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas do município de João Pessoa/PB. Também coordenou por vários anos no estado da Paraiba, o programa educativo "Maçonaria a favor da Vida". É ex-colunista da rádio CBN João Pessoa e autor dos livros: Drogas- Família e Escola, a Informação como Prevenção; Drogas- Problema Meu e Seu e Drogas - onde e como lidar com o problema?. Já proferiu centenas de conferências e cursos, e publicou dezenas de artigos em revistas e livros especializados sobre os temas já citados.

Drogas e o apetite sexual

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publicado em 11/04/2023 às 07h00
atualizado em 10/04/2023 às 15h41

 

O consumo de certas drogas muitas vezes provoca nos seus usuários efeitos ou sensações agradáveis e até prazerosas. Isso é um fato! Prazerosas por um lado, prejudiciais por outro. É comum, por exemplo, algumas pessoas afirmarem que consomem drogas porque estas as deixam mais sociáveis, desinibidas e que ajudam a esquecer, mesmo que momentaneamente, os seus problemas.

Este “encorajamento”, normalmente provocado por estas substâncias,

deixa por vezes o usuário com a impressão de estar mais viril e com mais vigor para as atividades sexuais. Contudo, isso é pura ilusão, segundo afirmam alguns tratados científicos. É o que diz, por exemplo, um estudo recentemente publicado pela Universidade da Califórnia (EUA), feito por cientistas americanos que faz revelações de certa forma surpreendentes. Em primeiro lugar, estes estudiosos comprovaram em suas pesquisas que, grande parte dos usuários acometidos de impotência sexual, são dependentes de algum tipo de droga.

Relatam os referidos especialistas que, quando o cérebro está entorpecido pelos efeitos destas substâncias, não tem condições de comandar com exatidão a atividade biopsíquica do ser humano. Esse processo poderá ser melhor entendido se esclarecermos o seguinte: dentro do cérebro humano encontra-se a hipófise, uma glândula que sob a influência dos estímulos externos, segrega o hormônio que irá pela circulação pôr em funcionamento o mecanismo da ereção masculina. Evidentemente a influência da carga interna fica amortecida ou entorpecida pela droga e, consequentemente, torna-se incapaz de estimular uma função tão complexa que depende do bom equilíbrio do Sistema Nervoso Central. Portanto, tais pesquisadores chamam a atenção para o fato de que, mesmo sendo tais substâncias portadoras de efeitos desinibidores e eliminadores do acanhamento, podem reduzir consideravelmente a capacidade sexual dos seus usuários.

Também corroborando a afirmação dos estudiosos americanos, um outro estudo, feito por pesquisadores brasileiros, afirma que oitenta por cento dos usuários de drogas apresentam algum distúrbio sexual. Um dos fatores de tão alta incidência de disfunções sexuais, segundo esses especialistas, poderá estar relacionado ao fato de que algumas drogas, como nicotina, cocaína e outras, possuem efeitos vasoconstrictores, ou seja, diminuem a espessura dos vasos sanguíneos, ficando a vascularização sanguínea prejudicada. Como a ereção masculina é alicerçada num alto fluxo sanguíneo, uma vez esses vasos se encontrando com sua espessura diminuída pelo efeito das drogas, consequentemente a ereção estará comprometida.

Certamente tal efeito constrictor de algumas drogas é o que justifica o fato por vezes relatado por usuários de tabaco, em que estes afirmam que normalmente só fumam após o ato sexual, e não nos momentos que antecedem a atividade sexual. Isto acontece exatamente porque estes usuários, mesmo não tendo conhecimentos científicos aprofundados em relação aos sintomas já citados, por experiência prática, já sentiram que não têm o mesmo desempenho de ereção caso utilizem a droga nos instantes antecessores à relação sexual.

Ademais, vale lembrar que este é apenas um dentre tantos outros prejuízos que estas substâncias provocam em seus usuários.

Como sabiamente falou o poeta e dramaturgo inglês Shakespeare, que segundo alguns relatos históricos, era consumidor contumaz de algumas substâncias psicoativas, especialmente de bebidas alcoólicas, “o álcool provoca o desejo, mas retira a performance”.

O ato de consumir drogas é, portanto, uma decisão de cada pessoa, mas é bom que se mantenha também informada dos prováveis riscos que são acarretados por tal comportamento.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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