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Jornalista, cronista, diácono na Arquidiocese da Paraíba, integra o IHGP, a Academia Cabedelense de Letras e Artes Litorânea, API e União Brasileira de Escritores-Paraíba, tem vários publicados.

Seis Centenários  

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publicado em 29/03/2023 às 07h00
atualizado em 28/03/2023 às 14h20

         Neste ano de 2023, na Paraíba, algumas personalidades do mundo político e das artes completariam 100 anos de nascimento, o que merece uma atenção toda especial por parte dos órgãos ligados à cultura, isso porque foram homens que contribuíram para elevar o nome da nossa terra, nos seus campos de atuação.

           Talvez, por parte do governo, poderia ser patrocinado uma antologia de ensaios-biográficos sobre estes que trabalharam para o fortalecimento da identidade cultural e valorizaram o resgate de nossas raízes históricas. Sem a identidade cultural e sem conhecimento de nossas genealogias, seríamos fadados ao fracasso.

          Partindo na ordem crescente das datas de nascimento de cada uma das personalidades, pelas quais devemos fazer memória, primeiro lembramos do historiador, escritor e político Joacil de Brito Pereira que, em sua trajetória de homem ligado à cultura, presidiu as duas principais casas do saber e da memória da Paraíba, que são, o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e a Academia Paraibana de Letras.

Quem também neste ano estaria completando 100 anos seria o professor Carlos Romero, (foto) que igualmente integrava a Academia Brasileira de Letras. Homem dedicado às letras e amante da música clássica, também poeta, ele é daqueles cronistas que deram valor literário a crônica. Professor e juiz aposentado, tinha jeito peculiar de relacionamento com as pessoas. Sem nunca esquecer a cidade de Alagoa Nova, onde nasceu a 10 de junho de 1923, Carlos gostava bastante de conhecer o mundo, sobretudo a Europa, para visitar as paisagens onde viveram os mais importantes compositores e poetas.

         Recordamos que o senhor de terras e de canaviais, Odilon Ribeiro Coutinho, foi atencioso mecenas, sociólogo integérrimo, inconteste agente sempre em busca da valorização da cultura de nossa gente, também carece de merecidas homenagens, igualmente, pelas duas instituições às quais pertenceu, a APL e o IHGP.

O advogado João Gláucio Veiga, deste também havemos de lembrar nos 100 anos de seu nascimento. Seu pai, João Veiga foi um dos fundadores da APL. Com militância em banca de advogado em Recife, Veiga Junior tinha uma destacada cultura jurídica, sempre lembrada pelos seus conterrâneos. Tendo integrado a Academia Paraibana de Letras, em vida, recebeu muitas referências por sua atuação nas letras jurídicas.

Outro a ser lembrado é o professor Milton Ferreira Paiva que, como reitor da Universidade Federal da Paraíba, apesar de um período curto, conduziu a UFPB com denodo. Filósofo, tinha especialização em letras clássicas. Exerceu relevantes cargos públicos. Pertencia a Academia Paraibana de Letras. Faleceu em 2002.

O jornalista e historiador Waldemar Bispo Duarte é outro escritor para ser lembrado no centenário do seu nascimento. Waldemar foi um historiador pundonoroso que documentava a cidade com muito carinho, dela se apoderou para melhor amar e guardar sua história, mesmo que tenha vindo das brenhas do Sertão.

Joacil, Waldemar, Gláucio, Milton e Odilon foram exemplos de dedicação à preservação de nossa identidade cultural, cada um com seus pontos-de-vista. Sem nunca perder os trejeitos de camponês, deles me aproximei e passei a admirá-los.

         De Odilon Ribeiro Coutinho guardo as palavras esclarecedoras da Regra dos beneditinos proferidas durante momento religioso-cultural no Mosteiro de São Bento, na época de Dom Marcelo Carvalheira. A partir daí passei a admirar ainda mais este homem revelado nos canaviais, que recolhia os sons emanados das artes e dos livros.

         Quanto a Joacil de Brito Pereira, o conheci político em visita ao amigo Marisio da Cunha Moreno, em Arara, em um final de tarde quando este consolidava acordo para eleição à Câmara Federal. Depois vieram os encontros na área cultural, quando me abastecia ouvindo suas discussões acerca de fatos históricos.

         Sobre Waldemar Duarte, nunca esquecerei os encontros que estivemos, na sua casa, em Manaíra, quando ele falava sobre literatura. Quanto a Carlos Romero, dele de aproximei e ganhei muitos ensinamentos pelo seu jeito amável de se relacionar com as pessoas.

         Quanto ao professor Milton Paiva, como Gláucio, não tive nenhuma aproximação com eles, mas, pelas referências colhidas em arquivos da Academia, eram estudiosos das Letras Clássicas, da Filosofia e das Letras Jurídicas.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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