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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Visita indigesta

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publicado em 06/11/2022 às 08h15

Ontem fui surpreendido com uma ligação que nunca imaginava que iria receber.

Um vizinho me telefonou indagando se podia vir na minha casa porque precisava conversar algo comigo, então eu disse tá certo. Avisei que tinha coisas a resolver, mas rapidamente voltaria pra casa às 16h, daí respostei: pode ser às 17h?

Ele falou que sim, o Jorge da alfândega, sempre gostei do seu nome. Mas de antemão, saibam que ele nunca trabalhou nas catracas aduaneiras. Tão logo ela chegou, pediu um copo d’agua. Entrou na minha casa e começou a espernear e não me deixou responder nada de início. Disse que era um desabafo. Falei, ok. Depois olhou para mim e disse que me tinha admiração profunda e não acreditava que eu tinha virado comunista. Eu falei que adorava ele e que o comunismo acabou. Que ele fosse a China para saber como estava o comunismo lá, a começar por Xangai, que com seus quase 30 milhões de habitantes – um centro global de finanças, negócios, economia, pesquisa, educação, ciência, tecnologia, manufatura, turismo, cultura e transportes, sendo que o Porto de Xangai é o porto de contêineres mais movimentado do mundo. Ele ainda insistiu em dizer que as pessoas lá comem rato, gato e cachorro. Eu disse, meus Deus, você não sabia? Foi de lá que veio o famoso “hotdog”. Daí expliquei que por costume come-se escorpião e todos outros bichos do zodíaco e continuam com IDH 0,917, um dos maiores do mundo, relembrando que são quase trinta milhões de habitantes usufruindo desse índice fantástico só naquela metrópole.

Todos os dias eu tenho uma missão de explicar a meus amigos que é preciso vivenciar e experimentar países. É necessário todo ser humano sair mais de casa, correr por outros mundos, enfrentar outras vivências para não ficar no passado. Ah, amigos, não se cura nada do passado no passado. Sempre curamos dores, desamores e decepções com venturas e aventuras futuras. 

Jorge precisava de uma palavra de motivação, de carinho, aconselhamento e não encher o celular de mensagens do WhatsApp ou Telegram que só vai trazer prejuízos. Falei para Jorge que eu não estava mais apto a ouvir seus devaneios, que estava grato por sua visita e que cada um possui sua vida e convicção.

Falei que esse momento era muito importante analisarmos juntos a conjuntura e que podíamos conversar mais adiante sobre tudo que virá. Somente adiante! Porque não queria moldar pensamento de seu ninguém, queria eu sim ser mais lapidado por experiências, portanto aconselhei de saída da minha própria porta de casa: olhai os lírios dos campos, amanhã, mas somente amanhã, pois ninguém quer ouvir a opinião de ninguém, as pessoas querem ouvir a opinião delas saindo da boca de alguém. Paz!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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