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É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

Serial Killer

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publicado em 23/10/2022 às 07h53

O choro do pai de Dahmer é o choro de pais ausentes, igual às famílias tradicionais brasileiras, que ao investigarmos até no raso, pois não precisa ir à fundo, aparecem filhos fora do casamento ou irmãos de várias mães. Para não serem desestabilizados em praças públicas, se vestem com a carapuça da moralidade, da Religião, da vida entre amigos poderosos e tantas indulgências postas para debaixo do tapete. 

O ritual da hipocrisia começa bem cedo, as figuras paternas a exigir rigor na educação de seus filhos, porém permanecem ausentes. 

Se esquecerem o celular aberto e destravado, pululam amantes. 

Criam belos girinos e um dia se dão conta… deixa pra lá! 

Mas a questão é simples, o mundo sempre foi branco e patriarcal e o resto é o resto que sobra para as minorias.

E daí voltamos a falar da série(Netflix) – Um Canibal Americano. A gente vê claramente a questão de raça nas preferências do torturador e carniceiro, e pasmem, da polícia. Dahmer sempre negou que tivesse algum tipo de preconceito, mas morar em periferias e matar pretos daria aos assassinatos menos abrangências, até hoje ouvimos gente dizer que comeria indígena e o veria sendo cozinhado, porque esquecem certo momento que são gente como a gente. Essa era uma das razões de Dahmer, excluir seus escolhidos como subtipos, pois assim estaria com menos problemas com a justiça e o mundo.

E o “serial killer” foi preso com provas robustas, mas rapidinho os panos quentes de problemas emocionais são resolvidos rapidamente quanto mais a pele se aclara. Classificam logo como doentinho, tadinho! E o que vemos hoje? 

Ânimos exaltados, pessoas sem respeito, educação, selvageria e falta de responsabilidade que escapam do bom senso. Estamos com impasses até no futebol, invasões de campo, racismo presente ainda em 2022, as Igrejas Católicas invadidas, cristãos se digladiando com lágrimas de sangue no canto do olho, um mundo revirado, amplificando preconceitos em vez de amor, prestes a eclodir novos Dahmers. E o conservador de sapatênis nos pés fazendo escondido tudo aquilo que condena em público, será? Basta ser uma mosca de motel. Daí aquele pai lá do começo, pergunta: – Onde foi que eu errei? 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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