João Pessoa, 24 de julho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
ENTREVISTA MAISPB

Hamilton de Holanda retorna de turnê pelos EUA e Europa e quer tocar em JP

Comentários: 0
publicado em 24/07/2022 ás 12h22
atualizado em 25/07/2022 ás 11h19
Hamilton Holanda, Varijashree Venugopal e o lendário baixista do Jazz, Eddie Gomez nos bastidores da apresentação que fizeram em trio no Texas (foto: divulgação)

Kubitschek Pinheiro MaisPB

A construção da arte do músico Hamilton de Holanda, vem desde de menino. Ele nasceu no Rio de Janeiro, foi criado em Brasília e seu nome cresceu ligeiro – consolidado, primeiro com o Choro, depois o Jazz. HH é uma orquestra no palco.

Foi um dos fundadores da primeira Escola de Choro no mundo (Brasília, 1997) e idealizou a petição ao Congresso Nacional para conceder ao Choro um Dia Nacional e então ficou definido, prego batido, no 23 de abril de 2000 se comemora no Brasil o Dia Oficial do Choro.

Virtuoso de ritmos brasileiros, mundiais, com elementos do jazz na criação de arranjos em seus trabalhos, o bandolinista não para. O último álbum Maxixe Samba Groove, tem a participação do filho Gabriel, e do sobrinho Bento, filho do violonista Fernando César.

Hamilton de Holanda, Ravi Coltrane (filho de John Coltrane) e David Gilmore nos bastidores do Festival International de Jazz de Montreal (foto: divulgação)

No mês passado ele esteve em turnê pela Europa e Estados Unidos, acompanhado do trio formado por ele  (Bandolim 10 cordas), Thiago da Serrinha ( Percussão) e André Vasconcellos (Contrabaixo) onde se apresentou  numa praça com grupo de músicos eslovenos, passou por Boston Canadá entre outras cidades, sozinho e com trio.

Hamilton de Holanda tocando na Maison Symphonique de Montreal lotada, no Festival International de Jazz de Montreal

Hamilton vai participar do 1ª edição do Festival Instrumental Nacional (FINA), de 19 a 21 de agosto, em São Luís, reunindo alguns dos maiores músicos do país e, quiçá, do mundo. Estarão presentes no evento Wagner Tiso, Jaques Morelenbaum e Toninho Ferragutti, além de netos de Villa-Lobos, filhos de Tom Jobim e sobrinhos de Pixinguinha, entre outros, com programação inteiramente gratuita. O projeto tem o Patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de incentivo à Cultura, Realização Trem Mineiro.

O MaisPB conversou com  ele, (essa é terceira que HH concede entrevistas ao Portal), fala da turnê e das novidades que estão por vir.

MaisPB – Começou a turnê na Eslovênia?

Hamilton de Holanda – Rapaz, fui encontrar um grupo de músicos de lá. Fiquei encantado com o trabalho deles, são músicos eslovenos que tem um amor por nossa cultura e tocam em praças com muita gente, um público de umas duas mil pessoas. Eles pediram para eu tocar “Àguas de Março” (de Jobim) e Carinhoso ( de Pixinguinha), foi muito bonito. Também toquei umas músicas minhas.

MaisPB – Como aconteceu esse convite?

Hamilton de Holanda – Na verdade, eles fizeram uma parte do show e fiz a outra parte, eu era o convidado deles.

MaisPB – De lá você foi tocar nos Estados Unidos?

Hamilton de Holanda – Sim, toquei em Boston, num show privado. Depois seguimos para Toronto no Canadá e nos apresentamos, com o show Harmonize.

MaisPB – Como aconteceu a apresentação no Canadá?

Hamilton de Holanda – Toquei com o pianista do jazz de português, chamado Mário Laginha, uma pessoa muito boa, bastante inteligente (Tanto no jazz, como na música erudita, é um dos pianistas portugueses mais versáteis)

MaisPB – Sua apresentação em Dallas foi com o Quarteto Harmonize?

Hamilton de Holanda – Foi muito bom, de lá seguimos para Chicago, onde fiz um show solo.  Depois, voltamos para Dallas onde fiz dois concertos com  a cantora indiana Varijashree Venugopal e um cara que é uma lenda do jazz, o baixista Eddi Gomes, que já gravou com Chick Corea e Bill Evans.

MaisPB – Então, foi nessa turnê que você conheceu a artista indiana, Varijashree Venugopal, que canta no seu disco?

Hamilton de Holanda – Sim, uma jovem artista de muito talento.

MaisPB – O encerramento da turnê foi num festival de jazz?

Hamilton de Holanda – Sim, foi no Festival de Jazz de Montreal, foi uma noite junto com Ravi Coltrane, filho do John Coltrane.

MaisPB – Você toca bandolim na canção  “Que tal um Samba?, de Chico Buarque. Vamos falar sobre isso?

Hamilton de Holanda – É muito boa essa canção.  Chico Buarque me ligou de Paris. Ele me disse que a canção tem uma pegada  meio puxada para salsa latina, e que o bandolim poderia puxar para o samba, que é o título da música. Eu fiquei muito honrado.

MaisPB – A introdução que você faz é muito boa?

Hamilton de Holanda – Cada gravação é um jeito. Essa música eu aprendi no estúdio. O Luiz Cláudio Ramos, arranjador que trabalha com Chico há anos, ele tinha me mandado uma gravação, para eu conhecer a música.  Eu aprendi a tocar no estúdio, mesmo. Como já estava o arranjo eu fui tentando somar na parte  rítmica e melódica. O cenário da harmonia já estava todo desenhado. As ideias rítmicas da bateria, dos violões, já estavam prontas. Eu cheguei só para botar uma coisa, aí acabou aparecendo um espaço grande na introdução, fui fazendo um solo espontâneo.

MaisPB – Mas a canção tem uma levada boa do bandolim?

Hamilton de Holanda – Você está falando uma coisa que o Jorge Helder, é uma fera musical, falou. Ele é muito engraçado. Ela toca bandolim também, certamente vai tocar na turnê. Ele disse a mim: “e agora, vai ser difícil tirar esse som, né, Hamilton?”

MaisPB – Essa canção de Chico Buarque fala de muitas coisas, né?

Hamilton de Holanda – A palavra faz parte da vida do ser humano, de qualquer maneira. Chico deixa escapar, no momento de dor, no momento perfeito da canção, mostrando a realidade que estais vivendo e ao mesmo tempo com graça. É a coisa do samba, que morar uma coisa boa, mas com graça, com o poder de superação  que o brasileiro tem, a letra matou a pau. Eu fiquei muito feliz de estar nessa canção.

MaisPB – De volta ao Brasil vai continuar o Projeto do Maxixe?

Hamilton de Holanda – Tem outras coisas. Neste mês (julho) volto para tocar na Bélgica, vou fazer um Festival de Música Instrumental no Rio de Janeiro em agosto, enfim, graças a Deus, está voltando.

 MaisPB – E o público americano, europeu, todo mundo sem máscaras?

Hamilton de Holanda –  Está tudo normal, não está cem por cento, porque o vírus está aí e muita gente não se vacinou. Realmente baixou os números e pode baixar mais.

MaisPB  – Você teve Covid?

Hamilton de Holanda – Sim, em janeiro, tive febre e depois fiquei um mês com sinusite, baixou muito minha imunidade, foi bem ruim. Eu estava vacinado de duas Janssen.

MaisPB – E o show com João Bosco, “Eu vou pro samba”?

Hamilton de Holanda – Sim, vamos fazer e tem outro que vai rolar um show com Mestrinho, é um sanfoneiro, que gravou comigo no Maxixe. É o novo Dominguinhos.

MaisPB – Você falou que quer tocar na Paraíba?

Hamilton de Holanda – Sim, quero muito voltar a tocar aí. Gosto muito da Paraíba e tenho fãs no Estado.

Hamilton de Holanda e seu quarteto com Thiago Espírito Santo, Edu Ribeiro, Daniel Santiago e Varijashree Venugopal

Hamilton de Holanda e o grupo esloveno Bossa de Novo (foto: divulgação)

MaisTV

Mutirão nos hospitais universitários vai resolver fila interna, diz presidente da Ebserh

ENTREVISTA À REDE MAIS - 12/09/2025

Opinião

Paraíba

Brasil

Fama

mais lidas