João Pessoa, 04 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Um recital de flores para Elizabeth

Comentários: 0
publicado em 04/06/2022 às 08h27
atualizado em 04/06/2022 às 06h08

Perdemos Dona Elizabeth da Nóbrega Coutinho, o amor do desembargador Júlio Aurélio Moreira Coutinho – pais de Fred, Eduardo e Francisco. Uma família de gigantes.

“Uma pessoa do bem”, disse a médica Christine de Brito Lira em minha postagem no Instagram. “Uma mulher caridosa, uma luz no outro plano”, comentou a juíza Renata Câmara. Outra pessoa, que eu não conheço, disse que Beta era maravilhosa.

A vida surge reduzida quando perdemos uma pessoa como Dona Elizabeth, uma mulher essencial para sua família e amigos.

Eu comecei a chamá-la de Beta, por causa dele, o desembargador Júlio. Toda vez que a gente falava ao telefone, ao encerrar, ele dizia: “Beta está mandando um abraço pra você, Francis e o menino Vítor”. Isso dele dizer Beta está mandando um abraço narrado, batia aqui em mim.

Face aos ciclos da vida, Beta se foi ontem, uma mulher espontânea, de muita fé, que via as necessidades dos outros e ajudava. Eu vi isso inúmeras vezes no Hospital Padre Zé e em outras entidades, onde moram crianças e idosos, precisando de ajuda.

Sofremos quando perdemos uma pessoa querida, por nos vermos presos a esse mundo em que estamos a passear. Mas não há desânimo, nem sinal de vazio, Beta era superior, uma pessoa de muitas dimensões e aprendemos com ela.

Uma mulher que alcançou o equilíbrio, à excelência, ao que há de melhor na condição humana que perdemos em segundos. É tão bonito uma pessoa equilibrada.

Nunca vi tanto amor, de um pelo outro, ela e Júlio, na exaltação da duração da vida.

Elizabeth é um nome forte. Um nome transcrito, o nome da Rainha, que já está fechando seu ciclo. Elizabeth é um nome forte.

Há muito ela foi morar perto do mar e tantas tardes como séculos, a contemplar o mar, as ondas, ao lado do desembargador Júlio, dos filhos e netos.

O tempo não esgota a nossa existência, nem viemos para ficar. Outros clarões nos esperam, outros azuis.

Quando era presidente da Aemp, Beta me presenteou com um paletó de risca de giz, camisa de linho e gravata bonita. Ela dizia que queria me ver bem na fotografia no papel de jornalista.

Aquilo me cativou demais e não foi só uma vez. Beta pagou com o dinheiro dela, uma roupa elegante para eu usar. Impagável.

E agora o que digo aos senhores? Obrigado Dona Elizabeth, por você ter existido.

Kapetadas

1 – Beta era uma aprendiz da vida. Uma observadora da alma dos outros.

2 – O texto é dedicado aos filhos, netos e noras.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

Leia Também

MaisTV

Podcast +Fut: entrevista com treinador do Sousa e início de trabalho de Evaristo Piza

Podcast da Rede Mais - 23/04/2024

Opinião

Paraíba

Brasil

Fama

mais lidas