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NESTA SEGUNDA

Bruno vai usar novo inquérito para culpar Macarrão pela morte de Eliza

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publicado em 03/03/2013 ás 12h07

Os olhos da opinião pública – e as lentes das câmeras – se voltam a partir de segunda (4) para o Fórum de Contagem, na Grande BH, onde vão a júri popular o goleiro Bruno Fernandes e Dayanne Rodrigues, por envolvimento no sequestro e morte de Eliza Samudio. Dois anos e meio após o desaparecimento, o processo acumula 66 volumes.

A farta documentação vai ser usada pela defesa do goleiro para negar qualquer participação no crime. Os advogados vão tentar provar que não existe relação entre Bruno e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e devem usar o inquérito sigiloso anexado ao processo na última semana para atribuir o plano de morte a Macarrão, que incriminou o goleiro ao ser condenado no fim do ano.

Lúcio Adolfo, representante do goleiro, não esconde a estratégia.

— As ligações telefônicas com os policiais não apontam o Bruno, mas o assassino, que é o Macarrão, ele era quem mexia na conta do Bruno. Os contatos com o Bola, o Zezé e o Gilson foram feitos por ele, que era o puxa-saco do Bruno.

Thiago Lenoir, que integra a defesa de Bruno, segue a mesma corrente.

— Esse inquérito não tem nada a ver com o Bruno, não o afeta diretamente. A investigação trata de outros envolvidos, com a quebra dos sigilos bancários e telefônicos. Nos causa estranheza que às vésperas do júri o Ministério Público ainda precise pedir quebras e anexar provas. São pessoas qualificadas que tiveram três anos para investigar o crime e até hoje não conseguem explicar o que aconteceu.

Apesar do ambiente conturbado que se forma com a aproximação do júri, todos os advogados ouvidos pela reportagem do R7 garantem que, a princípio, não há interesse em tentar adiar o julgamento, como ocorreu na semana em que Macarrão foi condenado.

Bola presente

A defesa de Bola, que poderá interrogar os réus, rebate qualquer ligação do ex-policial com o crime. Ercio Quaresma também quer colocar a nova investigação em pauta.

— Claro que vou usar o inquérito paralelo neste júri. Vou desqualificá-lo. O promotor junta 30 volumes com bobagens, a juíza pega de última hora um documento que tem direta relação com meu cliente e quer negar que ele seja conhecido pelos jurados?

Ele não acredita que o depoimento de Bruno vá provocar surpresas, ao contrário da confissão parcial de Macarrão. Ercio afirma que a sentença do jogador ser conhecida antes do júri de Bola não atrapalha a defesa de seu cliente.

— O Bruno vai negar que exista crime. Em relação ao Bola, eles não se conheciam, não há qualquer contato entre os dois. Não faz a menor diferença um ser julgado antes do outro.

Sem surpresas?

Francisco Simim, que representa Dayanne e integra a equipe de Bruno, mantém o mesmo entendimento.

— O Bruno nunca teve contato com o Bola e podemos comprovar isso. A defesa tem todo o interesse em que haja o julgamento nesta semana.

O julgamento do habeas corpus de Bruno, adiado para 6 de março, é a aposta definitiva da defesa para tirá-lo da cadeia antes da sentença. Simin explica que, mesmo condenado, Bruno poderia recorrer em liberdade se a prisão domiciliar for concedida. Como é réu primário, já que ainda cabe recurso da decisão que o condenou no Rio de Janeiro por agredir Eliza, a juíza Marixa Fabiane Lopes pode conceder o benefício. O problema é que Bruno já teve 78 recursos semelhantes negados pelo Tribunal de Justiça.

— Se conseguir esse habeas corpus, ele deve conseguir recorrer em liberdade. Ainda que fosse condenado, isso seria possível, dependendo da dosimetria.

R7

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