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DIREITOS HUMANOS

Ofendida por fala de Feliciano, deputada diz que vai deixar cargo em comissão

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publicado em 01/04/2013 ás 15h50

A deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) afirmou nesta segunda-feira (1º) que vai renunciar ao cargo de vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

O motivo, segundo ela, é a declaração feita pelo presidente da comissão, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), de que o colegiado era "dominado por Satanás" antes de sua chegada ao posto. Feliciano fez as declarações na sexta-feira à noite, durante um culto num ginásio de Passos (348 km de BH), no sul de Minas Gerais.

Ao comentar um protesto contra ele que ocorria do lado de fora, afirmou: "Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de espírito santo conquistou o espaço que até ontem era dominado por Satanás".

Antônia Lúcia, que também é evangélica, disse que se sentiu ofendida já que faz parte da comissão há três anos.

"Em respeito à minha própria pessoa, ao meu trabalho como parlamentar, eu não aceito uma declaração dessas. Eu acho que nós temos que separar igreja de Parlamento."

A deputada também defendeu outros integrantes da comissão. "Existiam outras pessoas evangélicas, que quando tomarem conhecimento disso também vão ficar ofendidas. E outro detalhe: convivi durante estes anos todos com o deputado Domingos Dutra [PT-MA, ex-presidente da comissão] e em nenhum momento eu diagnostiquei qualquer atitude dele que me levasse à conclusão de que ele é satânico."

DESCULPAS

Pelo Twitter, Feliciano afirma que conversou com a deputada e "explicou" o ocorrido. "Pedi desculpas pelo mal-entendido e ela aceitou", diz.

Segundo ele, "2 mil pessoas tiveram seu direito de liberdade de culto violado. Mas o que interessa é que falei sobre satanás que significa adversário".

Criada em 1995, a comissão já foi presidida por 15 parlamentares antes de Feliciano.

A assessoria de Feliciano afirmou que sua afirmação foi feita dentro de uma igreja, não numa atividade política, e que se trata de uma "opinião religiosa que reflete sua visão espiritual", por isso ele não faria comentários a esse respeito.

Uma reunião de líderes partidários prevista para terça-feira para discutir a permanência do pastor na comissão foi adiada em razão da ausência do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que está de licença médica durante a semana.

Folha.com

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