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CARANDIRU

Júri começa com Fleury e sobreviventes como testamunhas

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publicado em 08/04/2013 ás 10h46

Sobreviventes do massacre do Carandiru, 26 policiais militares da ativa e aposentados e autoridades públicas do Estado à época, como o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, começam a reconstruir a partir desta segunda-feira (8) perante o júri, mais de 20 anos depois, as versões de que os crimes foram praticados sem chance de defesa às vítimas, como sustenta a acusação, ou em cumprimento a ordens de superiores, como alega a defesa.

A assessoria de imprensa do TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) informou que 24 réus compareceram ao Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste de SP). A identidade dos ausentes não foi informada, tampouco o motivo das ausências –como são réus soltos, os PMs não são obrigados a comparecer ao próprio julgamento. "Mas me causaria muita perplexidade a pessoa que se diz inocente não querer se defender", afirmou um dos promotores do caso, Márcio Friggi.

Para evitar a imprensa, os 24 réus entraram pela porta dos fundos do fórum.

O episódio, classificado pela OEA (Organização dos Estados Americanos) em 2000 como massacre, aconteceu na extinta casa de detenção do Estado em 2 de outubro de 1992. Ao todo, 111 presos morreram e 87 ficaram feridos. O saldo final não teve PMs mortos, mas 22 homens da corporação se feriram.

O julgamento foi dividido em quatro partes pelo juiz do Fórum de Santana (zona norte de SP), José Augusto Nardy Marzagão, designado para o caso, a fim de que os jurados possam analisar o fato conforme a ordem de entrada dos PMs nos pavimentos em que as mortes ocorreram. Assim, os 26 réus de agora respondem por homicídio qualificado por 15 assassinatos no segundo pavimento do pavilhão, equivalente ao térreo.

A previsão é que essa etapa do julgamento dure duas semanas.

"Vamos respeitar a ordem colocada pela acusação, delineando as condutas dos réus, até para não confundir os jurados", disse o juiz.

Após a sentença, Marzagão –que em setembro de 2012 designou a data do júri –deve definir a data do próximo júri: desta vez, o de 28 PMs, da Rota, acusados pela morte de 73 presos do terceiro pavimento. O magistrado disse que espera julgar o caso todo até o final deste ano.

De todas a acusações, 86, de lesão corporal leve, já prescreveram. As de homicídio prescrevem em 2020.

UOL 

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