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DESABAFO DESESPERADO

DRAMA: “Se não conseguir deixar as drogas, prefiro que Deus me leve”

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publicado em 08/04/2013 ás 14h40

A equipe de jornalismo do sistema Correio de Comunicação recebeu uma visita inusitada nesta segunda-feira (08). Um jovem viciado em drogas procurou os profissionais de impressa para fazer um apelo: “Me ajudem a sair das drogas”. Sensibilizada com o desesperado pedido, a jornalista Mislene Santos gravou o desabafo do rapaz, que preferiu se manter no anonimato, temendo sofrer ainda mais preconceito por parte da sociedade.

Confesso usuário do crack “João“ (nome fictício) afirmou que até metade de sua adolescência era um jovem promissor, cheio de sonhos e um estudante dedicado. “Quando era adolescente, nunca fui reprovado na escola”, relatou, contando seu drama em seguida: “Daí comecei a usar drogas e cair na escola. Queria usar mais, mas não tinha dinheiro. Comecei então a fazer pequenos furtos, até que fui preso”. Mais adiante, João ‘escancarou’ como funciona o mundo da droga: “Uma feira ou uma coisa boa é muito difícil. Mas convite para isso ai(droga) as vezes não precisa nem de dinheiro”.

Segundo o jovem, ser preso foi ainda pior para ele. Disposto a seguir sua vida fora do crime, procurou por várias vezes emprego, mas sua ficha criminal era uma barreira. “Isso (drogas) deixou uma sequela tão grande na minha vida… Todo o emprego que arrumo eles pedem meus antecedentes. Daí, como eu respondo esse regime (semiaberto) ainda, eu não consigo nenhum emprego”, relatou emocionado o rapaz, apelando: “Quero ajuda para sair das drogas, por que sozinho eu já tentei várias vezes. Não é que não queria (parar); não é que porque eu gosto, é porque sozinho eu não consigo. Eu tenho consciência que sozinho eu não consigo”.

Bastante emocionado durante a entrevista à repórter, “João” se disse decidido a para de usar drogas, caso contrário, prefere perder a vida.

“Eu estou decidido. Eu não aguento mais. Eu quero parar. Se não conseguir, prefiro que Deus me leve”, desabafou, continuando seu relato: “Não sou uma pessoa ruim. A droga muda sua personalidade, seu caráter. Você faz coisas que depois você lúcido para para refletir e nem acredita que fez aquilo”.

Pai de dois filhos, João deixou claro que não é só por si que está desesperado para mudar de vida: “Eu não quero mais isso não. Meus filhos já estão começando a entender as coisas. Eu não quero que minha filha nem meu filho cresçam vendo isso em mim não”.

Recentemente, João perdeu sua esposa, alegando que não aguentava mais ver drogas em sua casa.

Exibida no radiofônico Correio Debate, a entrevista causou comoção social. Várias entidades passaram a ligar para o programa oferecendo vaga ao jovem, que irá se internarem breve.

Luis Alberto Guedes – MaisPB
 

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