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Odilon Fernandes - advogado, escritor, professor e procurador federal aposentado.

O Brasil e os Xeleleus (Bajuladores)

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publicado em 29/07/2018 às 14h13

Entre nós, temos sempre pessoas ansiosas por bajular e isto é uma verdadeira paixão presente em toda parte que possamos estar e que aumenta de intensidade quando se sabe do nome de um novo chefe, mandatário politico, responsável por órgão público ou empresarial ou do relacionamento de pessoas, quando algumas delas é mais rica, mais poderosa, e tudo isto são coisas da nossa cultura, mas até psicótica. Quase ninguém escapa a contaminação desta postura social, até os mais inteligentes, de maior valor, são atingidos. Aplaude-se sempre a todos os vitoriosos do dia, sem que se leve em conta o seu caráter e a sua conduta social. Temos muitos xeleleus. Todos os nossos atos tem consequências que às vezes se mostram imprevisíveis e a bajulação não foge desta conclusão. Ela tem um custo altíssimo para o nosso País, e o bajulador nunca pensa no bem estar da população, do interesse público, pensa sempre em manter seu status ou aumentar suas vantagens, sua gratificação, na verdade não pensa em ninguém e nunca se preocupa com os malefícios que possa estar causando.  Um grande escritor afirmou que o povo brasileiro é um povo cordial, amigo,  e isto é falso, pois lamentavelmente o povo brasileiro é antes de tudo interesseiro, procura aproximar-se de quem tem algo a oferecer, nem que seja crescimento social, sendo muito comum ouvir alguém dizendo: O Governador, o Deputado fulano de tal, o dono de tal empresa, mora no meu edifício, diz onde quer que possa dizer, sem importar-se que a pessoa bajulada seja ladrão, corrupto, vigarista, e tenha uma vida antissocial, mas o que se busca sempre é prestigio ou auferir vantagem financeira, prestígio pessoal, por isso também é comum entre nós a subserviência.

Eu mesmo quando jovem fui diretor de um grande departamento numa macro empresa, e quando fui assumir o lugar, Miriam disse-me: cuidado com as bajuladoras, e eu respondi: comigo não fica nenhuma, em 15 dias tiro todas. Depois de 30 dias Miriam foi ao meu gabinete, indignada disse-me: todas ainda estão aqui, e eu respondi para minha querida esposa: minha filha me desculpe, mas não é que eu  gostei das bajuladoras, pois elas ajudam a vestir o meu paletó, oferecem-me café, suco, a toda hora, sempre perguntando-me se penso alguma coisa, procuram fazer tudo que eu quero, que eu sonho, abrem as portas para eu entrar ou sair, me cobrem de elogios e mimos a todo instante, meu amor, preciso que você me entenda, que eu sou brasileiro e adoro essas coisas, trocando as linhas, sou bajulador pelo avesso. Embora não se goste que se diga, o brasileiro é chaleira (xeleleu), em termos gerais, em todos os níveis sociais, um relevante exemplo disso foi o Deputado Federal que tatuou o nome de Temer em seu ombro, foram os Senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias, revelarem o propósito em usar o sobrenome LULA, citamos isto para provar que o propósito de balançar não é só de pobre e da classe média, é uma doença que acomete a maioria da nossa gente e só a educação pode erradicar este e todos os males do Brasil.

Odilon de Lima Fernandes

Advogado e Jornalista

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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