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Histórias dentro dos ônibus (9)

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publicado em 17/06/2018 às 08h37

O contador desta nova história não quis identificar-se, isto porque já trabalhou no setor de transporte coletivo urbano de João Pessoa e entendeu não ser conveniente que estivesse relatando um fato que poderia – disse ele – “comprometer um ex-colega”. (De nossa parte não veríamos como!)

Mas, respeitando a vontade deste nosso contador de história e como forma de melhor narrar o que nos contou,  vamos chamá-lo de Francisco.

Pois, bem! Conta-nos Francisco que recentemente foi embarcar em um ônibus da linha 513, aguardando-o na Lagoa. Quando o ônibus chegou, umas quatro pessoas estavam à sua frente. E, aguardando o atendimento pelo cobrador a cada passageiro que pagava sua passagem, eis que o passageiro que a ele se antecipava apresenta o cartão do Passe Legal e a catraca não é liberada. E não o foi porque no “validador” (o equipamento que lê o cartão e identifica os créditos/valores disponíveis) registrou que não havia saldo suficiente para o pagamento da tarifa. E aí o passageiro, como que surpreso e até “pedindo desculpa” por aquela “falha”, perguntou ao cobrador: – “Quanto é mesmo a passagem?!”.

 

Com a resposta do cobrador (“R$ 3,55”), o passageiro “mete a mão no bolso e pareceu não achar dinheiro”. Em seguida, retira sua carteira de um outro bolso… “também não acha dinheiro!”. Neste instante, Francisco, percebendo a preocupação do passageiro, em solidariedade a ele e como que já se dirigindo ao cobrador, disse: – “Ei! Deixa eu colocar o meu cartão para que este passageiro possa passar!”. E, com o cartão de Francisco, a catraca foi liberada permitindo o acesso daquele passageiro.

Depois, obviamente é a vez do próprio Francisco pagar sua passagem. E de novo aproxima seu cartão Passe Legal do validador. A catraca não foi liberada. E não o foi porque, naquele instante, tendo em vista que o validador já contabilizara o débito da tarifa do outro passageiro, o novo saldo, agora, estava insuficiente para a passagem do próprio Francisco!… E aí foi ele, Francisco, quem “meteu a mão no bolso e não encontrou dinheiro!”        . Na carteira, idem! Nisso, contou com a “gentileza” do cobrador que lhe perguntou: – “Você não já trabalhou nos ônibus?!… Pule a catraca!”. (Permitir “pular a catraca” não é procedimento correto do cobrador. Mas…).

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