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Odilon Fernandes – advogado, escritor, professor e procurador federal aposentado.

O homem não vive sozinho

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publicado em 15/09/2017 às 17h42

O homem, no sentido filosófico (homem e mulher), não tem as mínimas condições de viver sozinho, na solidão absoluta, sem pessoas com quem se comunicar, sem amigos, sem filhos, sem cônjuge, não havendo possibilidade de sobreviver dedicando-se exclusivamente ao trabalho, pois é impossível viver sem ter com quem se comunicar.Com certeza o isolamento é capaz de fazer com que ele não resista diante das menores dificuldades e seja levado a óbito. Mesmo quem vive sozinho por curtos espaços de tempo, vive permanentemente insatisfeito, completamente fragilizado, mesmo que consiga alguma prosperidade e acúmulo de bens materiais.

O homem, todos sabemos, é um ser social e não pode sobreviver em solidão total, é interagindo com os semelhantes que ele muito pode ganhar, em sobrevida, qualidade de vida, espiritualidade e em todos os sentidos. A vida social não prescinde da ajuda de uns para com os outros. A comunicação com o próximo, a qualquer nível, por menor que seja, leva a convicção de que isto nos encaminha a um grande ganho, em caso de tropeços, em algumas circunstâncias é indispensável a ajuda de alguém para que o trôpego possa se levantar.

Há alguns que buscam uma forma mais solitária de viver, gostam de solidão, mas é uma solidão relativa e não absoluta, e sabemos que algumas pessoas são solitárias, relativamente solitárias, por escolha ou por falta de opção e em nada conseguem se sobressair do fato de viverem sozinhos.

Reconhecemos que em alguns momentos precisamos estar sós, para refletir, para um encontro com a intimidade, mas isto faz parte da vida e está dentro da normalidade, para encontrar-nos com nós mesmos e aperfeiçoar-nos.

Podemos dizer que em tal aspecto, solidão, o homem é mais frágil que a mulher, a mulher tem mais recursos psicológicos e fisiológicos de fazer várias coisas ao mesmo tempo, sem precisar de tanto auxilio quanto o homem necessita, ela já nasce preparada para ser mãe e os homens estão sempre precisando de uma mãe, uma companheira, uma amiga, pois temos medo de enfrentar o mundo externo sozinhos. O homem quando sente qualquer dificuldade em casa, na escola, na vida profissional, vai em busca do apoio de uma mulher, é para uma mulher que ele desabafa, é para uma mulher que ele recorre, conta suas novidades, seus anseios e seus medos e está sempre em estado de carência para receber o  apoio e amparo de uma mulher.

Observamos na vida cotidiana que quando o homem adentra em um ambiente público é pegando na mão ou com o braço no ombro da sua mulher, sentindo-se assim mais forte, mais respeitável, menos vulnerável.

Geralmente diante do menor desconforto, até na ida ao médico precisa da segurança que lhe é dada por uma mulher que lhe acompanhe, quando hospitalizado é uma mulher sua acompanhante, a pessoa mais responsável pela organização da vida de um homem é uma mulher, mesmo que ele tenha uma relação homoafetiva não vive sem o mínimo suporte e apoio feminino.

Por tudo isto é que se pode dizer ser notório a mulher conseguir conviver melhor com a solidão relativa, pois observa-se que desde criança é levada a suportar de uma forma mais independente as adversidades com as quais se depara, a resolver seus próprios problemas, mas mesmo assim é pacifico que nem o homem nem a mulher conseguem sobreviver na plenitude de uma solidão total.

Odilon de Lima Fernandes

Advogado e Jornalista

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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