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Papa irá à Colômbia para impulsionar reconciliação

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publicado em 01/09/2017 às 14h35
atualizado em 01/09/2017 às 11h39

O papa Francisco inicia, napróxima quarta-feira, uma visita histórica à Colômbia para impulsionar a paz e a reconciliação em um país dividido apesar da assinatura de um acordo de paz com a ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Durante a estadia de quatro dias, até 10 de setembro, o papa visitará quatro cidades, celebrará missas para multidões, fará discursos e, sobretudo, se reunirá com vítimas e atores do conflito interno. Também visitará bairros esquecidos em um dos países com maior desigualdade entre ricos e pobres na América Latina.

A Santa Sé afirmou nesta sexta-feira(1), no entanto, que não está prevista na agenda de Francisco o encontro com membros das Farc, da oposição colombiana, contrária ao acordo de paz, ou com bispos venezuelanos durante sua estadia no país.

A terceira visita de um pontífice à Colômbia, depois das de Paulo VI em 1968 e de João Paulo II em 1986, será marcada por uma série de gestos, mais do que palavras, em prol da reconciliação.

“É verdade que o papa chega a um país muito polarizado, mas sabe que todos os colombianos anseiam pela paz, uma paz com o espírito da solidariedade e da justiça. Uma paz possível somente se atacarem as causas da injustiça social, da desigualdade, da opressão”, explica o arcebispo colombiano Octavio Ruiz, da delegação que acompanhará o pontífice.

A única viagem do papa argentino este ano à região inclui as emblemáticas cidades de Bogotá, Villavicencio, Medellín e Cartagena, onde falará sobre família, religião e reconciliação entre as pessoas e com a natureza, dois dos temas centrais de seu pontificado.

Em Villavicencio, ele escutará os relatos de vítimas e perpetradores da violência na Colômbia nesta cidade emblemática do conflito interno, informou o Vaticano nesta sexta-feira(1).

Com o lema “Demos o primeiro passo”, o papa, que desde o início apoiou as negociações do país com o então maior grupo guerrilheiro, propõe aos colombianos romper com o passado de violência e confrontos, e se comprometer de forma ativa para construir a paz.

Francisco, de 80 anos, apresenta-se na Colômbia como um mediador, e em novembro viajará para Mianmar e Bangladesh, cenário de um violento conflito religioso.

Ameaçada pelos novos movimentos religiosos protestantes, evangélicos e cristãos, cuja influência cresceu, a igreja católica colombiana organizou uma visita alegre com um hino que mistura ritmos locais com rap, que será transmitida ao vivo pela televisão pública.

Francisco dormirá todas as noites na sede da nunciatura apostólica de Bogotá, e de lá se deslocará todos os dias para as diferentes cidades.

Ele sairá de Roma no dia 6 pela manhã em um voo da Alitalia e chegará na tarde deste mesmo dia ao país sul-americano.Além disso, se deslocará em três papamóveis, sem luxos ou vidros blindados, fabricados localmente, para poder saudar as pessoas, respeitando o seu costume de deixar ser tocado e de abraçar os fiéis, apesar dos riscos que isto envolve.

O pontífice homenageará diante de seu túmulo, em Cartagena, o jesuíta São Pedro Claver, uma das figuras mais carismáticas do Cristianismo no século 17 e grande defensor dos escravos.

Estadão

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