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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A constatação de Santiago e o festival de incoerências da Paraíba

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publicado em 13/02/2017 às 10h30
atualizado em 13/02/2017 às 07h32

Em excesso de sinceridade, ex-senador do PTB expõe o balaio de gatos das alianças no Estado

Via de regra, na política brasileira coerência nunca foi o forte. Na Paraíba, então… Entrevistado da MaisTV, canal de vídeo do Portal MaisPB, o ex-senador Wilson Santiago escancarou às vísceras dessa realidade bem típica de nossas terras tabajaras.

Inventei de perguntar o que fez o PTB mudar de opinião sobre o Governo Ricardo em um ano e seis meses. O partido se agrupou num projeto de oposição para interromper o projeto ricardista em 2014 e em julho de 2016 se perfilou entre as pétalas girassóis.

Sincero ao extremo, o presidente estadual do PTB discorreu um rosário de exemplos para fundamentação da sua ‘defesa’.

Ricardo e Cartaxo disputaram em 2012, em 2014 se juntaram e em 2016 voltaram a se confrontar. Cássio votou com Ricardo em 2010 e romperam em 2014. Maranhão passou quatro anos na oposição ao Governo, votou no PSB no segundo turno de 2014 e agora já está na oposição.

Santiago não disse nenhuma novidade. A política da Paraíba é realmente esse ajuntamento de conveniências da hora. Essa gangorra de conchavos, porém, alerta para um dado revelador: o eleitor não veta e nem cobra nexo nessas alianças. Pelo contrário, a história mostra um endosso popular ao festival de bizarrices protagonizado a cada dois anos.

Ora, se o eleitor não está nem aí para o que os homens públicos e seus representantes dizem de manhã e desmancham à tarde, o político vai pouco se lixar para isso. O cidadão, ao que parece, está mais preocupado com o que essas alianças podem produzir com potencial de interferir na sua vida e não na contradição ideológica delas.

O que o experimentado Wilson Santiago desabafou, espontaneamente, sobre o caráter da incoerência da política paraibana é, ironicamente, pra lá de coerente.

Na tela
Gervásio Maia (PSB), presidente da Assembleia, fica Frente a Frente, comigo, hoje às 21h30, na TV Arapuan. Na entrevista, um passeio pela trajetória ascendente de um dos herdeiros da tradição política da família Agripino e Maia no Nordeste e os desafios que lhe esperam na nova missão.

Felicianos reunidos
O empresário Gustavo Feliciano, filho do casal Lígia (vice-governadora) e Damião Feliciano (deputado federal) reuniu um grupo de amigos no seu apartamento, no Bessa, em João Pessoa, para celebrar aniversário. Sorridente e alto astral, marca da família que carrega ‘felicidade’ até no nome, ele até tentou proibir o tema política na comemoração. Em vão…

BRASAS
*Elixir – Aliados do deputado Veneziano Vital (PMDB) ganharam injeção de ânimo após a passagem do governador Ricardo Coutinho por Campina Grande.

*Colados – Veneziano e Ana Cláudia, auxiliar do Governo, ciceronearam o governador em toda a agenda na Rainha da Borborema.

*Fora – O ex-presidente da Assembleia, Adriano Galdino, não apareceu um segundo ao lado de Ricardo em Campina Grande.

*Apelo – Cartaxistas receberam como sinal de fragilidade o recado público de interesse em reaproximação enviado por emissários do governo.

*Tábua – Aliás, nos bastidores, muitos socialistas graduados trabalham essa tese como estratégia de reabilitação e sobrevivência política.

FALA CANDINHA!
Começo, meio e fim
De Dona Candinha sobre a presença de um investigado da Lava Jato na sucessão de Renan no comando do Senado.
– Eunício é o fim!

PONTO DE INTERROGAÇÃO
Cida Ramos, lançada oficialmente na política em 2016, vai para estadual ou federal em 2018?

PINGO QUENTE
“Isso se configura censura ao veículo de imprensa”. Do diretor Orlando Molina, da Folha de São Paulo, alvo de ação que retirou do ar reportagem sobre processo envolvendo chantagem de um hacker a primeira-dama Marcela Temer.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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