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Equador veta participação da Odebrecht em obras públicas

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publicado em 04/01/2017 ás 10h11
atualizado em 04/01/2017 ás 11h37

O Equador vetou a Odebrecht de participar de obras públicas no país. Mesma decisão foi tomada na semana passada pelo Panamá e Peru.

A Justiça do Equador proibiu o governo de contratar temporariamente a empresa, enquanto realiza uma investigação por supostos subornos pagos pela empreiteira brasileira no país, segundo o procurador-geral Galo Chiriboga.

A empresa é investigada no Equador por suspeita de pagamento de US$ 33,5 milhões (cerca de R$ 109 milhões) em subornos a funcionários equatorianos para conseguir contratos, segundo informações da Justiça americana.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da empresa e aguarda um posicionamento sobre o assunto.

Andrés Páez, candidato a vice-presidente do Equador pelo movimento opositor CREO, anunciou que, se necessário, viajará aos EUA para buscar informações sobre os envolvidos em supostas propinas da empresa no país.

Em entrevista à rede de televisão “Ecuavisa”, Páez disse que o governo equatoriano deveria “simplesmente comparecer ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos e pedir que a lista (de supostos envolvidos) seja divulgada”.

Em 26 de dezembro, o governo equatoriano afirmou que não aceitará “sem provas” as versões de funcionários da Odebrecht sobre supostos subornos da empresa.

“Também não aceitaremos, sem provas nem benefício de inventário, as versões dos diretores de uma empresa que se declarou culpada de atos de corrupção e que, para atenuá-los, literalmente ‘negocia’ sua responsabilidade perante a justiça americana com milionárias multas”, indicou o governo em comunicado divulgado pela Secretaria de Comunicação (Secom).

Na nota divulgada pelo governo, a Secom disse considerar que “o exemplo que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos usa como caso de corrupção é inutilmente infeliz, já que argumenta que funcionários públicos receberam propinas nos anos de 2007 e 2008, exatamente quando Odebrecht foi expulsa do país”.

O presidente Rafael Correa, no poder desde 2007, expulsou a empresa brasileira em 2008 por irregularidades na construção da hidrelétrica de San Francisco.

A Odebrecht voltou ao Equador em 2010, depois de aceitar “todas as condições exigidas pelo governo”, afirmou a Secom em seu comunicado, no qual apontou que o “único” contrato vigente com a empreiteira é a construção da segunda fase do metrô de Quito por US$ 1,5 bilhão (R$ 4,89 bilhões).

No dia 22 de dezembro, o governo do Equador exigiu que fossem revelados os nomes de quem pudesse estar implicado em supostos atos corruptos “para determinar se houve funcionários públicos envolvidos em uma suposta rede de corrupção” e de pessoas que, em nome do governo, “poderiam ter cometido irregularidades”.

Essa foi a primeira reação do governo depois que em 21 de dezembro foi divulgada a informação procedente do Departamento de Justiça dos EUA, segundo a qual a construtora brasileira pagou aproximadamente US$ 788 milhões (R$ 2,5 bilhões) em propinas em 12 países da América Latina e África.

O relatório do Departamento de Justiça indica que no Equador, entre 2007 e 2016, a construtora pagou mais de US$ 33 milhões em propinas a “funcionários do governo”, o que lhe gerou um lucro de mais de US$ 116 milhões (R$ 378 milhões).

O secretário jurídico da presidência do Equador, Alexis Mera, afirmou em entrevista coletiva que o governo do país não vai proteger nem encobrir nenhum responsável em eventuais atos corruptos, mas favorecer as investigações. “Não nos importa quem vier a cair”, disse ele em dezembro.

G1

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