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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A queda de dom Aldo

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publicado em 06/07/2016 às 15h52
atualizado em 06/07/2016 às 13h12
aldo

Distanciamento das massas e acervo de denúncias derrubaram clérigo do cargo

Quem acompanhava os bastidores da Igreja Católica da Paraíba nos últimos meses não se surpreende com a ‘renúncia’ do arcebispo metropolitano dom Aldo Pagotto.

Há tempos o líder religioso enfrentava processo interno e acusações de participação, conivência ou proteção com situações de pedofilia verificadas dentro da Igreja e envolvendo padres.

Ele foi alvo de rigorosa investigação e apesar dos desmentidos e lobby feito junto a conglomerados de comunicação na Paraíba não impediu o avanço das providências do Vaticano.

Antes, foi proibido de várias prerrogativas. Eram os preparativos da cúpula da Igreja para a remoção do posto na Paraíba. Muitos dos seus conselheiros chegaram a receitar a renúncia. Dom Aldo resistiu até onde podia.

Além das acusações, o religioso também caiu pela sua postura controversa. Condenava e perseguia setores mais progressistas da Igreja pela atividade e vocação política e, contraditoriamente, era quem mais se ligava e atuava a grupos partidários do Estado.

Pesou, também, o direcionamento que distanciou a Igreja do povo, das comunidades, da obra, e se aconchegou no calor do poder e estando sempre alinhada, ou subjugada, ao governante de plantão. Apequenou o papel histórico de engajamento nas lutas sociais e populares.

Para o bem da verdade, o ato de renúncia de dom Aldo foi mera formalidade. Diante de tantos fatos graves, a Igreja foi quem renunciou a dom Aldo.

Day…

Ao que tudo indica, Aldo di Cillo Pagotto, depois da remoção, se recolherá em Fortaleza (CE).

…After

Ele é da Ordem dos Sacramentinos. A punição da Igreja funciona como uma espécie de aposentadoria compulsória.

Ao pé…

Nada de renúncia. A imprensa de Roma tratou a providência da saída de dom Aldo como ‘remoção’.

…Da letra

Lá, o fato principal que levou ao ato extremo da Igreja é um só; supostos relacionamentos gays.

Coisas do destino

O novo administrador da Igreja da Paraíba, dom Genival Saraiva (foto), paraibano de Alcantil e até então bispo de Palmares, teve uma notícia ruim antes de ser oficializado em substituição a dom Aldo. Uma irmã dele faleceu. Hoje ele foi ao sepultamento em Maceió.

BRASAS

*Palaciano – No período em que liderou a Igreja, dom Aldo foi alinhado com os três governadores: Cássio, Maranhão e Ricardo.

*Chá de realidade – No privado, socialistas têm leitura, digamos, bem mais comedida e realista do processo eleitoral de João Pessoa.

*Trânsito – O empresário Diego Tavares,  mesmo sem cargo, continua com prestígio em alta na cúpula cartaxista.

*Premonição – A Coluna perguntou ontem: até quando dom Aldo Pagotto resistirá no comando da Igreja na Paraíba? Hoje veio a resposta.

*Chapa – Clóvis Gaião, jornalista, ‘escreveu’ em Serra Branca, sua terra, a união do professor Galeguinho (PT), atual vereador, e do advogado e ex-vice-prefeito, Guilherme Gaudêncio (PSB).

FALA CANDINHA!

De dona Candinha sobre a queda de dom Aldo: “Tinha uma procissão de denúncias atrás dele”.

PONTO DE INTERROGAÇÃO

Quem ainda vai cair nesse turbulento 2016?

Dom GenivalPINGO QUENTE

“O tempo vai apontar a direção”. Do novo arcebispo da Paraíba, dom Genival Saraiva (foto).

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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