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OAB comemora afastamento de Cunha

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publicado em 05/05/2016 às 09h39
atualizado em 05/05/2016 às 07h39
Eduardo Cunha foi cassado pelo plenário da Câmara

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu nota em que comemora a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki de afastar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal, na manhã desta quinta-feira (5). Segundo a instituição, “a saída de Eduardo Cunha da chefia dos trabalhos da Casa Legislativa contribui para a Câmara recuperar a altivez que lhe é devida e afasta o risco de a Presidência da República também ser maculada”.

Alvo de várias denúncias por corrupção, lavagem de dinheiro e recebimento de propina, Cunha foi afastado pelo ministro por meio de uma liminar sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República, em dezembro, que apontou 11 situações que comprovariam o uso do cargo pelo deputado para “constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações”.

Cunha se tornou o primeiro parlamentar a virar réu na Operação Lava Jato e será substituído por outro investigado na Lava Jato, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). Uma ação protocolada pela Rede e que pede sua retirada da linha sucessória da Presidência será julgada ainda nesta quinta-feira pelo Supremo,

Leia abaixo na íntegra a nota da OAB sobre o caso:

“A OAB comemora a decisão liminar concedida pelo ministro Teori Zavascki, do STF, que afasta do mandato o Deputado Eduardo Cunha.

O Pleno da OAB (instância máxima de decisão da entidade, formada por 81 conselheiros) recomenda o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara desde fevereiro por entender que o deputado usa o cargo para atrapalhar o trabalho dos órgãos e instituições incumbidos de investigá-lo. O afastamento determinado pelo ministro Teori Zavascki contribui para o bom e correto funcionamento dessas instituições.

Em cumprimento à decisão do Pleno da OAB, foi entregue um pedido de afastamento ao Conselho de Ética da Câmara. A OAB também levou argumentos ao próprio ministro Teori Zavascki para justificar a necessidade do afastamento.

Além disso, a saída de Eduardo Cunha da chefia dos trabalhos da Casa Legislativa contribui para a Câmara recuperar a altivez que lhe é devida e afasta o risco de a Presidência da República também ser maculada, caso o deputado, que é o terceiro na linha sucessória, viesse a ser instado a ocupar o Palácio do Planalto devido à ausência dos titulares”

Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB.”

Entenda o caso

Em dezembro, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, informou que Cunha “vem utilizando o cargo em interesse próprio e ilícito unicamente para evitar que as investigações contra ele continuem e cheguem ao esclarecimento de suas condutas, bem como para reiterar nas práticas delitivas”.

Janot disse, à época, que Cunha ultrapassou “todos os limites aceitáveis” de um “Estado Democrático de Direito” ao usar o cargo em “interesse próprio” e “unicamente para evitar que as investigações contra si tenham curso e cheguem ao termo do esclarecimento de suas condutas, bem como para reiterar nas práticas delitivas”.

O peemedebista foi transformado em réu no STF, por unanimidade, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar o esquema de corrupção da Petrobras, tendo recebido neste caso US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da estatal.

Na Lava Jato, o deputado é alvo de outra denúncia, de mais três inquéritos na Corte e de outros três pedidos de inquéritos que ainda aguardam autorização de Teori para serem abertos. As investigações apuram o recebimento de propina da Petrobras e o uso do mandato para supostas práticas criminosas.

“Ante o exposto, defiro a medida requerida, determinando a suspensão, pelo requerido, Eduardo Cosentino da Cunha, do exercício do mandato de deputado federal e, por consequência, da função de Presidente da Câmara dos Deputados”, diz trecho da decisão.

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