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FORO PRIVILEGIADO

Dilma sofre pressão para colocar Lula em cargo-chave no governo

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publicado em 10/03/2016 às 10h21

Diante da piora da crise política e do risco real de abertura de um processo de impeachment, ministros e petistas pressionam a presidente Dilma Rousseff a fazer uma nova reforma na sua equipe, começando por colocar o ex-presidente Lula num cargo chave do governo.

Segundo a Folha apurou, além do convite a seu antecessor, Dilma foi aconselhada também a fazer mudanças na política econômica e no comando da Justiça.

A avaliação é que a presidente precisa dar uma “chacoalhada” em seu governo para transmitir a mensagem de que está disposta a corrigir falhas e conseguir, assim, novo fôlego no mercado financeiro e no Congresso.

A mexida mais ampla, uma espécie de “começar de novo” nas palavras de petistas, é defendida também por Lula. Ele relatou a amigos que a presidente está “muito abatida” e “sem forças” para reagir à crise. Segundo ele, caso este cenário não mude, a presidente de fato correrá risco de perder o cargo.

Dilma, como antecipou o Painel da Folha, decidiu convidar Lula para ocupar um ministério para que ele tenha foro privilegiado e não fique nas mãos do juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato.

O convite foi feito durante jantar nesta terça (8) no Palácio da Alvorada. O ex-presidente, a princípio, diz resistir à ideia por avaliar que passaria a imagem de estar fugindo da Justiça, mas ainda não deu sua palavra final.

Caso mude de posição e aceite o convite, interlocutores do ex-presidente afirmam que ele não poderia vir para um ministério lateral, mas para comandar uma pasta central, com participação direta nos rumos do governo.

Aceitando ser ministro de Dilma, amigos de Lula dizem que ele poderia convencer nomes como de Henrique Meirelles e Nelson Jobim para assumirem os ministérios da Fazenda e da Justiça.

Esta mudança mais ampla não é, porém, do agrado da presidente, porque passaria a mensagem de que Lula fez uma intervenção no governo e ela se transformou numa rainha da Inglaterra.

No desenho de Dilma, o ex-presidente poderia ocupar o Ministério das Comunicações ou o das Relações Exteriores. Petistas defendem que ele seja indicado para a Secretaria de Governo, hoje sob comando de Ricardo Berzoini.

O problema é que, segundo relatou Lula a interlocutores, Dilma está muito “abatida” e “demonstrando estar sem forças” para reagir

No jantar de terça, Lula inicialmente recusou o convite porque ele poderia ser interpretado como uma “confissão de culpa”.

Segundo relatos, ele avaliou ainda que, mesmo que tivesse foro privilegiado, sua família poderia ser alvo de operações da Polícia Federal.

Segundo interlocutores do petista, no entanto, ele deixou uma porta aberta para aceitar um convite, mas daria uma resposta apenas na próxima semana.

Nesta quarta-feira (9), o ministro Ricardo Berzoini, que participou do jantar com Dilma e Lula, vocalizou o desejo de ter o ex-presidente na equipe ministerial. “Qual time não gostaria de colocar o Pelé em campo?”, afirmou ele, acrescentando que aceitar ou não o convite é uma decisão que depende apenas de Lula.

A eventual vinda de Jobim, porém, é vista com receios pelo fato de ele ser um dos principais consultores das defesas de empreiteiras acusadas na Operação Lava Jato.

Uma nomeação sua para comandar a Polícia Federal poderia ser interpretada simbolicamente como uma tentativa de controle sobre a entidade responsável pela logística das ações da Lava Jato.

Uol

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