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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Tiroteio em Campina

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publicado em 14/08/2015 às 09h42

Se não redundar em absolutamente nada, as denúncias do ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande, Renan Trajano, já serviram para uma coisa: reacender a até então adormecida e, de certa forma, administrada rivalidade entre o grupo do deputado Veneziano Vital e o clã Cunha Lima.
As revelações de Renan provocaram novo enfrentamento. O ex-prefeito Veneziano atribuiu a fala de Trajano – com quem acumula dissensões desde 2013, quando o ex-tesoureiro começou a sinalizar sua disposição de homem-bomba – a uma operação orquestrada no Palácio do Bispo.
Sem nenhum arrodeio, Veneziano acusa o prefeito Romero Rodrigues e sua assessoria de patrocinar uma campanha difamatória. Qual seria o objetivo? Na verve do deputado, a ação atenderia a meta de desqualificar o peemedebista e alijá-lo da eleição vindoura, como estratégia para evitar um embate direto dos dois.
Romero, por sua vez, aproveitou o gancho das denúncias, transformadas em palco para uma CPI na Câmara, para fundamentar o que já vinha levantando desde o início de sua gestão: os ataques contra a probidade administrativa do governo venezianista, questionado judicialmente em ações da atual Procuradoria do Município.
A cada entrevista, o tucano aumenta o calibre da munição contra Veneziano, que prontamente se defende impondo a tentativa de reduzir toda a artilharia à mera briga política. Alvo, Veneziano não se acuou. Além de ir pra cima dos opositores, saiu da defensiva e antecipou o contato direto com os eleitores, se inclinando ao pleito próximo, o que vinha evitando.
O teor das acusações de Renan será dissecado em dois campos: na CPI do Tesoureiro, já em curso na Câmara Municipal, e na Justiça, a quem caberá o juízo de valor oportuno e desprovido de interesses político-partidários. Independente da sentença futura, elas anteciparam a eleição em Campina e ensaiaram a polarização entre Veneziano e Romero, numa batalha que desembocará na guerra de 2016.

ÚTIL AO...
Coordenado pelo vice Ronaldinho Cunha Lima (2013), pela secretária Catharine Brasil (2014) e por Temí Cabral (2015), o São João 2016 de Campina terá novo comando.

…AGRADÁVEL
Dessa vez, em ano de reeleição, a coordenação caberá ao próprio prefeito Romero Rodrigues (PSDB). Foi o que ele e o vice acertaram durante almoço, ontem.

PREÇO
Com a incineração da tese de CPI do Lixo na Câmara, articulação do prefeito Luciano Cartaxo provou do bônus de ter maioria folgada. Ônus compensando nessas horas.

ESPETADA
O vereador Renato Martins (PSB) voltou a provocar Cartaxo. Fez isso, ontem, com a aprovação de voto de aplauso ao secretário João Azevedo, virtual candidato do PSB.

PRO ARQUIVO
O Ministério Público do Trabalho na Paraíba arquivou o inquérito das denúncias de assédio moral no ambiente de trabalho contra a Energisa. O procurador Paulo Germano também descartou as acusações de “metas abusivas” e enterrou de vez a suspeita da existência do ‘fio-preto’.

VERSOS
Na homenagem ao pai, Eduardo Campos, no Palácio das Princesas, no Recife (PE), o filho, João Campos, declamou um terceto do poeta paraibano Ronaldo Cunha Lima.

RIMA
“A vida é uma belezura/ Vale mais pela largura/Do que pelo cumprimento”, declamou o herdeiro de Eduardo Campos, projetado como seu sucessor na política pernambucana.

EM QUADRA
Atleta nas horas vagas, a deputada Camila Toscano (PSDB) troca o plenário pelo ginásio nesse fim de semana. Ela competirá na copa nordestina máster de vôlei.

NA MESMA
Em agenda no Maranhão, a presidente Dilma cravou: “Vamos repudiar sistematicamente o vale-tudo para atingir qualquer governo”. E o vale-tudo pra ganhar eleição, também?
Pingo quente
“Não podemos servir de bucha de canhão”.
Do vereador Marco Antônio (PPS), líder do governo Cartaxo, acusando a oposição de “politicagem”.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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