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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Cano silencioso

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publicado em 05/08/2015 às 23h45
atualizado em 05/08/2015 às 20h46

Por mais que se tente disfarçar, esconder ou minimizar, o máximo que o prefeito Luciano Cartaxo e o governador Ricardo Coutinho vão conseguir é adiar o que já está sendo observado com uma clareza solar: a aliança PT e PSB na Paraíba é um paciente agonizando só esperando a hora do atestado de óbito.

Os dois líderes dão todas as mostras de uma convivência eminentemente protocolar. A cada declaração, os sinais são evidentes. A cada entrevista, o comportamento de ambos não deixa dúvidas; de um lado a indisposição socialista e do outro o clima de desconfiança do petista.

Ontem, os dois capitalizaram mais dois episódios bem típicos da guerra fria declarada. Na reabertura dos trabalhos legislativos, Luciano Cartaxo frisou: comanda a gestão municipal que mais fez por João Pessoa nos últimos doze anos. Ou seja, boa parte do período que inclui o PSB e Ricardo.

No Correio Debate (Correio Sat FM), Ricardo Coutinho deu o troco; fez questão de resgatar sua passagem e realizações como prefeito de João Pessoa e enfocar nas obras e investimentos calculados em R$ 1,2 bilhão na cidade. Detalhe: entra aí na fala a pavimentação de ruas no bairro Cidade Verde, típica intervenção municipal.

Se Cartaxo voltou a usar a ‘sutileza’ de registrar o comparativo numérico entre suas 39 obras e as sete anunciadas pelo governador para o calendário de aniversário da Capital, Ricardo não ficou por baixo; condicionou a discussão sobre aliança ao desempenho administrativo do “companheiro” do PT.

O mais interessante, porém, ainda estava porvir. Instado por este colunista na entrevista ao Correio Debate a avaliar a gestão de sua cidade e berço político, hoje governada por um ‘parceiro’, Ricardo não quis tecer maiores comentários. Até compreende-se a tentativa de evitar crítica, como ele justificou, incomum é a explícita dificuldade de achar o que elogiar da gestão de um aliado. Sintomático.

PANO PRA…
Instalada para investigar denúncias do ex-tesoureiro Renan Trajano, só se sabe como vai começar a CPI da Câmara Campina Grande. Como termina… Só Deus pode prever.

…MANGA
O vereador Napoleão Maracajá (PC do B) quer a CPI também apurando as tais propinas supostamente pagas a vereadores. “Não vai ficar pedra sobre pedra”, prenuncia.

TELEGUIADA
Alvo da CPI, o deputado Veneziano Vital (PMDB) criticou o caráter seletivo da CPI. Viu tendência e interesse político ao se retirar da pauta o ‘mensalinho’ da Casa.

CRIVO
A CPI, proposta e a ser presidida pelo vereador João Dantas (PSD), histórico anti-venezianista, teve o endosso do líder da oposição, vereador Murilo Galdino (PSB).

ESGOTAMENTO
Com críticas a erros de condução do governo, mas artífice de defesa intransigente do mandato da presidente Dilma, o governador Ricardo Coutinho decretou: “A polarização PT X PSDB acabou. É ruim para o Brasil”.

CONFESSIONÁRIO
Somente a Santa Ceia seria capaz de reunir na mesma mesa o deputado Luiz Couto (PT) e arcebispo metropolitano dom Aldo Pagotto. Novo problema confronta os dois clérigos.

NOVA CASA
O vereador pessoense Lucas de Brito (DEM) está preparando as malas para deixar seu partido. Na Paraíba, ele organiza a fundação da Rede Sustentabilidade, de Marina.

PONTAPÉ
O advogado Carlos Fábio Ismael reúne aliados, nesta sexta-feira, na Sal & Brasa. Lá vão almoçar o lançamento de sua pré-candidatura à presidência da OAB-Paraíba.

ECONOMIA
A Assembleia passa por readequação orçamentária. Para equilibrar as contas, o presidente Adriano Galdino (PSB) pediu que os deputados ‘apertem os cintos’.

PINGO QUENTE
“Podem continuam tomando bastante Rivotril”.
Do ex-tesoureiro da Prefeitura de Campina Grande, Renan Trajano, depois da aprovação da CPI, em recado dirigido aos irmãos Vital.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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