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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

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publicado em 23/07/2015 às 14h19

Inicialmente, a presidência do Tribunal de Justiça tergiversou e evitou o tema. Empossado no cargo de governador interino da Paraíba, o desembargador Marcos Cavalcanti, assumiu de vez o projeto de lei que pretende abrir vagas para contratados temporários no Judiciário Estadual.

Como é sabido, a proposta – movimentada com certo sigilo interno – foi prontamente rechaçada pelas entidades representativas dos servidores e já, preventivamente, contestada no Conselho Nacional de Justiça, mesmo sem a oficialização da discussão no Pleno entre os desembargadores.

Investido ontem no posto de comando do Estado, doutor Marcos Cavalcanti defendeu pela primeira vez publicamente a iniciativa de sua gestão, tratada até então com ares de estudo, embora já vista pelos servidores concursados como uma manobra e uma espécie disfarçada de terceirização dos serviços no Poder.

Cavalcanti foi curto e grosso, quando questionado pela imprensa. Atribuiu o movimento da Associação dos Servidores do Tribunal de Justiça a uma mera contrariedade e birra sindical. “O temporário não vota na eleição sindical, é desvantagem para o sindicato”, pontuou o magistrado.

No seu contraponto, Marcos ainda usou seu poder e desembaraço retórico para aplicar uma insinuação. “O temporário não faz greve; e não tem a contribuição sindical”, cravou o desembargador, nivelando a posição da Associação a interesse contrariado e espírito corporativista.

A justificativa do presidente do TJ e ora governador em exercício para a defesa do projeto, ampara-se na deficiência de pessoal da Justiça paraibana, explicação mais fácil para a lentidão do trânsito de processos e demanda excedente nos cartórios, objeto de reclamações de jurisdicionados, advogados e operadores do Direito.
“Ao contrário, eu acho que os sindicatos deveriam estar a favor porque às vezes tem um funcionário doente, morrendo de trabalhar, eu quero colocar mais servidores para ajudá-lo”, jurou Marcos Cavalcanti, tentando enterrar de uma vez, por todas as suspeitas pouco republicanas alimentadas nos bastidores pelas categorias e associações.

Fora de…
O projeto em questão foi à pauta da sessão de ontem do Tribunal de Justiça, mas foi retirado das discussões pelo presidente interino, desembargador José Ricardo Porto.

…Pauta
Na justificativa para a retirada, Porto lembrou a impossibilidade do relator, Marcos Cavalcanti, defender a matéria, devido ao seu afastamento temporário da Corte.

Associação não se intimida
O presidente da Astaj, José Ivonaldo, reagiu a Marcos Cavalcanti: “Além das três entidades dos servidores do TJ, sindicatos do TCE e do MP, a Associação dos Magistrados e o e o TCE também são contra”. E pergunta, na sequência: “Será que todas elas também estão preocupadas com a arrecadação sindical? Claro que não. O que nos move é a defesa da legalidade. Somente”.

Superlativo
De um lado Ivonete Ludgério líder do governo, do outro Murilo Galdino líder da oposição. O PSB protagoniza em Campina Grande a maior contradição do mundo.

Cavando…
Com permanência em Brasília, mesmo no recesso parlamentar, o deputado Hugo Motta (PMDB), presidente da CPI da Petrobrás, teve agenda administrativa, nessa quarta-feira.

…Recursos
Ele se encontrou com o ministro Gilberto Kassab (PSD). Pediu liberação de verbas pra sua base. “Sabemos que a crise é grande, mas precisa ser enfrentada”, rogou Motta.

Em ponto…
A possibilidade de Eitel Santiago de Brito assumir a Procuradoria Geral da República não é só especulação. Na condição de vice-presidente do Conselho Superior do MPF…

…De bala
…O paraibano tem a prerrogativa prevista de assumir o posto máximo do Ministério Público Federal, em caso de vacância do cargo, atualmente ocupado por Rodrigo Janot.

Nadinha
Na demorada conversa com o governador licenciado Ricardo Coutinho nada se conversou sobre política, jura o senador e presidente do PMDB, José Maranhão.

PINGO QUENTE
“Não é uma regra político ser corrupto”.
Da deputada Camila Toscano (PSDB), que vê nos pais, Zenóbio (prefeito) e Léa (ex-deputada), exemplos de exceções na política.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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